COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Vitimas da irresponsabilidade

Carlos Eugênio

19/10/2015

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A vida perdeu o valor no mundo moderno. Na correria do dia a dia, as pessoas agem sem direcionar a menor atenção necessária para o bom andamento de suas ações. Essas atitudes podem ser letais. O estresse do cotidiano, causado pelas intempéries da vida contemporânea, cada dia mais agitada, transformou a humanidade numa sociedade de zumbis humanos. E quando essa desatenção alia-se a irresponsabilidade, os ingredientes para produzir acontecimentos drásticos, estão completos. É o que ocorre nas estradas brasileiras. Falta responsabilidade, respeito à própria vida e dos outros, quando se está guiando um automóvel.
     A imprudência dos motoristas é a principal causa de acidentes de transito no Brasil. E os jovens são os mais atingidos por essa mazela social. Quando as vitimas resistem, a recuperação é lenta, traumática e deixa sequelas, muitas vezes, por toda a vida. É fácil entender a razão dessas atitudes insanas. Basta visitar uma escola pública e presenciar a indisciplina, o desrespeito de muitos adolescentes para com os professores e gestores, o não cumprimento as normas das instituições escolares e a desestrutura familiar de uma sociedade a beira do caos. Afinal, os pilares de uma pátria são construídos na escola. 
     Mas o que a educação tem haver com o trânsito, Carlos? Tudo! A escola é o espelho da sociedade. Ela é à base de todos os princípios sociais. Estudantes que infringem as normas educacionais atuando como vândalos no ambiente escolar, são os mesmo que, muitas vezes, praticam o que eles chamam de “pegas”. Explico: dois condutores de motocicletas apostam uma corrida, em rodovias estaduais ou federais.
     Bizarro, não é mesmo? Tem um detalhe relevante nessa roleta russa bem muito mais chocante: ambos guiam o veiculo, a mais de 100 km por hora, deitados sobre a moto. E as marchas? Pasmem, são passadas com a mão, já que ficam deitados, com os pés em cima do acento da motocicleta. Essa atitude insana ocorre com mais frequência do que muitos imaginam.
     Bem, mas não se pode atribuir apenas às ações dementes de jovens tresloucados, a causas dos acidentes de trânsito no Brasil. Asfaltos em péssimas condições de trafego, má sinalização das vias e animais circulando nas rodovias estaduais de federais, são algumas situações criticas que, agravam ainda mais, o problema do trânsito brasileiro. Diante dessa realidade exige-se maior cautela por parte dos motoristas.
     Estudos apontam que, cerca de 90% dos acidentes de trânsitos, poderiam ser evitados com mudanças de comportamentos. Entre as principais causas, estão associados a negligencia e a imprudência. Desatenção, velocidade excessiva, a combinação de álcool e direção, falta de cumprimento a legislação, são apenas algumas, entre outras causas que, mancham de vermelho, o asfalto, em todo o país. E não se pode dizer que os custos para o Estado, com esses acidentes, sejam irrisórios. Muito pelo contrário. Custa caro aos cofres públicos. No mais recente estudo, o Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEIA), avalia que os gastos giram em torno de R$ 22 bilhões por ano.
     No entanto, em regra geral, os condutores de veículos no Brasil são levianos. Basta que se observe o trânsito nas rodovias, por alguns minutos, para testemunhar essa questão. Enquanto isso, vidas são ceifadas, e muitas famílias choram a perda de seus entes queridos, pela leviandade de quem se comporta, por trás do volante, como o dono da via pública. Na contramão desse contexto drástico, os órgãos de trânsito agem como agentes da indústria da multa. É a solução do problema? Não! Mas cumpri seu papel: encher de dinheiro os cofres de gestores corruptos, que não investem em educação de qualidade, pois não interessa formar cidadãos conscientes de seus direitos e cumpridores de suas obrigações.  


Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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