COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Fies: o sonho acabou

Carlos Eugênio

06/04/2015

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O sonho de concluir um curso universitário, que aquecia o âmago de milhares de estudantes brasileiros, acabou precocemente, antes mesmo que conseguissem completar o primeiro semestre. E é por que a presidente Dilma Rousseff lançou o slogan: Brasil, pátria educadora. Sórdidas palavras saídas da boca de um governo mergulhado no mais asqueroso esquema de corrupção de um país democrático. É evidente que, diante de todos esses desmandos administrativos no país, a corda ia arrebentar no lado mais fraco. Nesse caso especifico, sobrou para os calouros. A fatura da má gestão do governo petista estouro como uma bomba no colo da classe estudantil, que tinha a perspectiva de financiar seus estudos nas instituições privadas. 
     A quimera virou utopia. O Ministério da Educação (MEC) sinalizou que o cadastro de novos alunos no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), ficará restrito a um terço do efetuado no ano passado. Mas na verdade, especialistas afirmam que, às dificuldades dos alunos entrantes se cadastrarem, podem deixar fora mais de 80% dos estudantes que pretendiam participar do programa. Tocando em miúdos: o Fies virou loteria para quem sonhava fazer parte do programa antes das mudanças anunciadas pelo governo federal. Prática de um governo medíocre. Sanguessugas do porvir de uma gente humilde que apostou num segundo mandato de Dilma, apesar da incerteza e das adversidades.
     As mudanças no Fies, que entrarão em vigor no segundo semestre de 2015, passa a exigir nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não zerar na redação, para obter o financiamento – antes era preciso apenas ter participado do exame. A portaria proíbe que o aluno acumule bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) e o financiamento em cursos diferentes. A complementação das bolsas parciais no mesmo curso e na mesma instituição continua sendo permitida.
     Outra mudança, que merece destaque, estabelece a emissão dos CFT-E – títulos do Tesouro, por meio dos quais as mantenedoras recebem o crédito do Fies – em oito vezes para as mantenedoras com número igual ou superior a 20 mil matrículas do Fies e a redução do número de recompras no ano para todas as instituições. Antes a emissão era feita mensalmente. O governo agora, além de oferecer uma educação pífia nas escolas públicas, também impossibilita o ingresso desses estudantes no ensino superior.
     Dilma aplicou um golpe nos estudantes que iniciaram um curso superior em 2015, com o propósito de participar do Fies. O MEC vem matando no cansaço a esperança desses acadêmicos, que estão abandonando os cursos pela impossibilidade de pagar as mensalidades para se manter estudando. E os gastos que muitos tiveram para custear as primeiras despesas? Angústia dos jovens que estão sendo obrigados a desistirem do curso que sempre sonharam? A presidente não pensou nisso quando dificulta o acesso ao Fies de pessoas pobres que não têm como custear o sonho de seus filhos.
     A elite pode pagar qualquer estudo acadêmico que deseje, apenas, os mais pobres ficarão de fora, terão que desistir de seus sonhos e conformar-se com o tétrico destino. O anseio de seguir uma profissão que atenda suas aptidões esbarrará na pequenez do seu poder aquisitivo. Perfil de um país que predomina a desigualdade social, apesar do governo arrotar igualdade. A presidente Dilma e a ala podre do PT representam o que existe de mais sórdido nesse país.
     A corrupção, que criou raízes profundas nesse governo, é um câncer social, e precisa ser extirpada da vida pública. O governo Dilma representa essa chaga apodrecida, e ainda tiram proveito da ignorância popular, pousando de heróis nacionais. Por tudo isso, o slogan “Brasil, pátria educadora”, não passa de hipocrisia para ludibriar uma nação que está sendo condenada a enfrentar um porvir de incertezas, por conta de vagabundos travestidos de pessoas públicas de bem.


Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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