COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Um povo inculto e inócuo

Carlos Eugênio

09/03/2015

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O sistema educacional brasileiro faz o jogo político do poder. Afinal, a formação de uma gente culta, pensante, participativa e independente, não interessa aos larápios beneficiários do patrimônio público. É evidente que, muitos filhotes de ditadores, que se dizem democratas, não têm nenhum interesse em formar um povo com essas características. Ao longo da história, nunca se investiu em educação de qualidade no Brasil, pelo fato dos representes não terem nenhum interesse nessa questão. É bastante cômodo manter um povo sem saber argumentar, ler e escrever. Somente assim, a elite detentora do poder pode manobrar as massas.

A presidente Dilma Rousseff lançou em seu segundo mandato, o slogan: “Brasil, pátria educadora”. Mas a educação pública brasileira ocupa uma posição lastimável, em comparação com diversos países, inclusive, da America do Sul. O desempenho dos estudantes das escolas públicas, de maneira geral, é um caos. Estamos diplomando jovens que não sabem ler, escrever e nem dominam as quatro operações fundamentais da matemática. Tudo isso, graças à aprovação automática, que muitos não admitem, mas existe de forma disfarçada no ensino público brasileiro.

Ao fim de cada ano letivo, as escolas ficam reféns do sistema educacional que norteia a educação brasileira. O intuito é aumentar o índice de aprovação, para que a instituição não seja penalizada e venha perder os já minguados recursos da União. Essa prática faz com que estudantes sejam promovidos sem a qualificação necessária para cursar o ano seguinte. E isso acaba virando uma bola de neve. Os resultados do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2014 estão ai para ratificar essa questão. Mais de meio milhão de estudantes tirou nota zero na redação – sendo que a nota máxima era 1.000. Uma verdadeira catástrofe que não surpreende a quem conhece o funcionamento das escolas públicas brasileiras.

Mas o vexame não cessa por ai. Dos 8,7 milhões de alunos do último ano do ensino médio, que se inscreveram no concurso, somente 6,2 milhões apareceram no exame. Só 250 tiraram a nota máxima na redação, 529.374 alunos tiraram zero. Destes, 280.903 entregaram a prova em branco pelo simples fato de não entenderem nenhuma questão. É essa a pátria educadora que a Dilma e o PT implantaram em 12 anos de mandato? Até quando iremos diplomar analfabetos funcionais para que o governo saia bem na foto? Até a sociedade tomar as rédeas de o seu próprio destino.

Os governantes não vão se empenhar para mudar esse quadro, seja quem estiver no poder. Um povo iletrado atende o jogo político dos aristocratas. Slogans e discursos não são suficientes para educar uma nação. Somente atende a sórdida filosofia de ludibriar as massas. É preciso muito mais que palavras medíocres. Investir na carreira do professor, implantar uma política salarial equiparando o salário dos professores aos demais profissionais de outras áreas que dedicaram o mesmo tempo de estudo para sua formação, aliado ao investimento em cursos de capacitação, já seria um bom começo.
    
Mas essa mudança precisa partir da sociedade organizada. Não dá para esperar que o governo faça sua parte de bom grato. É patético o slogan de posse da presidente Dilma diante do quadro educacional que está ai, depois de 12 anos de mandato do PT. A pátria que não educa seus filhos cai na desgraça e condena os jovens ao degredo. E o Brasil já vive essa expatriação há muito tempo. Ou alguém desconhece a multidão de menores que assaltam, matam, saem rindo das leis e desmoralizam as instituições de segurança? Essa é a pátria educadora que a Dilma se refere. A pátria que fomenta um povo inculto e inócuo, para atender aos interesses dos governantes medíocres.        


Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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