COLUNISTAS / HILDEBERTO AQUINO

ADEUS A UM DELEGADO

Hildeberto Aquino

11//2/05/0

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O povo gosta de sofrer! O povo esquece rápido! Esquece por desinformado, por omisso,  por induzido, por enganado pelo poder do marketing e até por pesquisas manipuladoras que induzem ao erro e assim elegem e reelegem, sistematicamente, políticos que não cumprem o prometido. Como exemplo temos o governo do Ceará que prometeu garantir a segurança do Estado, fazendo disso a sua principal bandeira quando em campanha. E não é o que se observa! E por isso pagam muitos, pagamos todos.

Dizer do abandono em que se encontram as nossas polícias, em especial a Polícia Civil é ser recorrente. Difundir que a precária situação em que se encontra tem uma conotação de desmonte proposital não é arriscado, parece a mais coerente das conclusões. O abandono é notório e em todos os aspectos. O desprestigio pela classe vai desde o irrisório salário até a absoluta falta de condições de trabalho. Isto sem considerar o brutal desvirtuamento das suas funções precípuas como bem define o Art. 144 da Constituição Federal: “Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.” Hoje os policiais são meros guardadores de presos até que a Justiça se digne determinar as providências que, maioria das vezes, de há muito deveriam ter sido efetivadas. Isto é, a transferência de presos para os locais apropriados – presídios, entre outros. As delegacias são para detenções provisórias, momentâneas, até que se dê o encaminhamento devido do faltoso.

Atados, de pés e mãos, os delegados que assistem o ruir das suas delegacias que de tão precárias instalações correm o risco de desabar sobre suas cabeças, são vítimas também do desgoverno do poder Executivo e até da Justiça que a tudo assiste, mas esboça, por mais cômodo, uma reação passiva, não compatível com o clamor da sociedade que continua desassistida. E aí, sem alternativas, até os Delegados cometem deslizes embora lhes pareçam as melhores e únicas alternativas. (Caso do acorrentamento da detida para não jogá-la em celas úmidas e fétidas junto a outros detentos do sexo masculino, por óbvio.) Esse foi o seu crime. Será?

Não privei do convívio pessoal com o Dr. Luciano Barreto, apenas o tinha como competente e zeloso no exercício das suas funções, apesar das adversidades. Espero apenas que dos gabinetes refrigerados de onde emanou a ordem do afastamento reflitam também sobre o que se denuncia neste artigo e saibam que o povo continua desassistido e indignado com a situação e não por culpa dos policiais ou delegados, mas das autoridades maiores que negligenciam as suas competências.

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br
(Visitem o Blog: http://hildebertoaquino.blogspot.com/)

"Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras."
(Dilma Roussef)

Hildeberto Aquino

Nascido em Crato (CE). Formação: Língua Portuguesa e pós-graduado em Gestão Escolar. Ex-funcionário do Banco do Brasil, 1972/1997, assumiu em Russas em 1982. Corretor de Imóveis. Articulista (crônicas e poesias). Meu lema: "Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem. Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um abmudo!" José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

Hildeberto Aquino

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