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O ano novo acaba de apontar no horizonte. Nesse momento de confraternização, renovam-se as esperanças de uma gente que não se rende as intempéries. Não é à toa que o diretor e dramaturgo Paulo Pontes, escreveu em 1966: “Brasileiro, Profissão Esperança”. Em decorrência das transformações políticas e sociais que o Brasil passou ao longo da história, a peça teve várias montagens e, em 2009, foi sucesso de público e crítica. O Brasil mudou muito nesse intervalo de tempo, mas o texto que fala de amor, da paixão e de política, não sai da atualidade, pois simboliza o perfil de um povo.
Chico Buarque de Holanda na canção “Vai passar” também define com propriedade as características dessa brava gente brasileira, ao relatar um período triste da nossa história: [...] Palmas pra ala dos barões famintos/ O bloco dos napoleões retintos/ E os pigmeus do bulevar/ Meu Deus, vem olhar/ Vem ver de perto uma cidade a cantar/ A evolução da liberdade/ Até o dia clarear [...].
Um sentimento otimista renova-se a cada florescer de um novo ano. O Brasil é um país de homens e mulheres que acreditam em dias melhores, apesar das adversidades. Que os barões esfomeados que se apropriam do patrimônio público venham ter o destino que merecem. Esse é o desejo da sociedade brasileira, mesmo tendo ciência que a impunidade predomina nesse país. Mas como prega a sabedoria popular: “a esperança é a ultima que morre”.
No entanto, ao se tratar do povo brasileiro ela não morre nunca. Assim como Fênix, pássaro mitológico que renasceu das próprias cinzas, o brasileiro renova a esperança a cada nascer do dia, embora o pôr do sol tenha sido sombrio. Essa peculiaridade os diferencia dos demais povos. Os Europeus não gozam desse privilégio. Mas, que o porvir traga um maior amadurecimento político a nossa gente, nesse ponto estamos aquém de muitas outras nações. Essa necessidade é tão primordial quanto à comida que nutre o corpo, e a fé que alimenta a alma. Um ser consciente fomenta uma pátria próspera e torna-se autor da própria história.
Enquanto isso não ocorre, a arte vai representando a vida em suas atitudes e em seus propósitos. Recorro mais uma vez ao músico, dramaturgo e escritor Chico Buarque, para simbolizar os anseios da sociedade brasileira, na canção “Marcha para um dia de sol”: Eu quero ver um dia/ Nascer sorrindo/ E toda a gente/ Sorrir com o dia/ Com alegria/ Do sol do mar/ Criança brincando/ Mulher a cantar// Eu quero ver um dia/ Numa só canção/ O pobre e o rico/ Andando mão e mão/ Que nada falte/ Que nada sobre/ O pão do rico/ E o pão do pobre// [...].
O desafio maior da humanidade é fazer esses versos tornarem-se ações nesse ano que acaba de chegar. Marchar para um dia de sol é o desejo de um porvir em que as diferenças sejam vistas como meros detalhes à parte. As pessoas não são objetos para serem rotuladas pela conta bancária, posição social ou etnia. O respeito à vida, mesmo sendo um valor esquecido pela sociedade contemporânea, é um instrumento que pode mudar os desígnios de uma nação. Que o ano de 2015 nos traga de volta valores adormecidos no cerne da humanidade, para que possamos conviver em uma sociedade justa e fraterna.
Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.
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