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A vulgaridade de uma gestão pública encontra-se no contexto que distingue prática e teoria. O slogan da Prefeitura Municipal de Russas “Nossa maior obra é cuidar das pessoas” nos traz um sentimento de paz espiritual. Afinal, o ser humano é uma criação divina e deve estar acima dos valores materiais. O respeito à vida é o maior legado que um governo pode ofertar a sociedade. Entretanto, existe uma vasta distância entre as falácias e as ações. Pregar o que não faz, e fazer o que se tenta ocultar no ardiloso subterfúgio dos bastidores de uma política sórdida, virou marca administrativa de uma gestão medíocre, que tem a frente o prefeito Raimundo Weber Araújo (PRB).
O que dizer, então, do caso de uma senhora de 90 anos, acamada, que ficou há mais de um ano sem receber a visita domiciliar de um médico do Programa Saúde da Família? É de causar repugnância! Mas a mídia financiada pelo executivo propaga uma cidade que só existe nas redes sociais. A hipocrisia dessa gestão excedeu todos os limites toleráveis. Zelar pelo bem estar de quem chegou ao limite que impõe a natureza, é obrigação do poder público. Quando isso não ocorre, fere as leis constitucionais.
Não estou aqui defendendo a tese de que o governo municipal poderia ter evitado a morte da senhora Maria Valmira Correia, que ocorreu logo após a denúncia do descaso. Evidente que não! No entanto, o poder executivo foi negligente com o caso, e precisa ser responsabilizado judicialmente por isso. Dona Maria teve seus últimos momentos de vida marcados pela dor física e pelo desprezo da secretaria de saúde municipal.
O Ministério Público precisa atuar, e não permitir que esse episódio volte a ocorrer com outras pessoas. Cabe a secretaria de saúde enviar uma equipe, periodicamente, a casa do idoso que esteja impossibilitado de se deslocar ao posto do PSF. A justiça deve punir o município que negligencie esse direito. O administrador que não atende a essa necessidade, abrevia a vida dos idosos, e isso deve ser visto como um crime.
Na primeira gestão, Weber Araújo ficou conhecido como o gestor que investe nas pedras em detrimento da vida. Não se pode mais atribuir essa prerrogativa ao prefeito de Russas. Nessa atual administração, nem a vida ou tampouco as pedras, vem tendo um olhar de destaque. Percebe-se um emaranhado de ações sem planejamento, gerando transtorno a comunidade. Exemplos de obras inacabadas, como é o caso do calçamento da Rua Eloisa Maciel, estão espalhados por todo o município. Mas a inoperância dessa gestão não tem limite. A cozinha comunitária, na Lagoa do Toco, apesar do recurso garantido há dois anos, a obra ainda não foi realizada.
O abandono é outro marca dessa gestão. O parque da Lagoa da Caiçara ratifica essa inquietação. O mato e a sujeira tomam conta de toda a área. A população que mora nas proximidades, amarga o descaso do poder público municipal. Outro fator que merece destaque é a falta de luminosidade em ruas e avenidas. Luminárias queimadas marcam as noites da sociedade de Russas, trazendo risco aos transeuntes. Essa situação pode ser vista na Avenida Coronel Araújo Lima, e em diversos outros pontos da cidade.
Diante de todo esse contexto de indiferença aos anseios sociais, ainda há recursos para patrocinar o Russas Fest. Enquanto faltam esparadrapo e gazes nos postos de saúde, o circo está garantido. O dinheiro público vira pó nos passos dos integrantes de bandas como “É o Tchan” e similares. Uma sórdida filosofia de fazer política ludibriando os bobos da corte, que viram massa de manobra nas mãos de alguns medíocres elitizados, beneficiários do patrimônio público.
Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.
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