COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Um país soberano

Carlos Eugênio

08/10/2014

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O Brasil poderá tornar-se um país altivo algum dia? Os índices educacionais não nos passam essa certeza. A educação brasileira caminha a passos de tartaruga e retrocede em alguns aspectos. É o que mostra os últimos dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Idebe). Sabe-se que as mazelas que afligem a sociedade brasileira são frutos de um sistema educacional equivocado e de um ensino medíocre, precário. Mas não adiante ter ciência dos problemas, e não agir com eficácia para combatê-los.
     Os dados do Idebe mostram que o Brasil ficou abaixo das metas educacionais, que o Ministério da Educação (MEC) pretendia alcançar, no ciclo final do ensino fundamental (6°ao 9° ano) e no ensino médio. O governo não consegue atingir o marco ditado por ele mesmo. É a ratificação de uma política educacional que caminha na contramão do conhecimento. Embora o país tenha superado as metas no ciclo inicial do ensino fundamental (1° a 5°ano). Mas, é muito pouco para quem anseia educação de qualidade.
     Vale a pena ressaltar que o Ideb mostra que 60% das redes públicas do Brasil estão abaixo da meta nos anos finais do fundamental. Outro fator relevante é que o ensino privado também apresentou uma queda de desempenho. O que está acontecendo com o ensino no Brasil? O porquê de tanto fracasso nos índices educacionais brasileiro? Os problemas são plurais, todavia, não se pode deixar de evidenciar a politica pedagógica alicerçada em padrões que fomentam a tolerância sem limite.
     Uma pesquisainternacional sobre ensino e aprendizagemafirma que o Brasil é o país onde o professor perde mais tempo para disciplinar a turma. Cerca de 20% do tempo, para ser mais preciso.Essa constatação é de fundamental relevância,e não pode ser esquecida por especialistas e pedagogos.O Brasil peca em pontos essenciais como a má remuneração dos professores, mas os problemas da educação brasileira vão além das questões salariais. O país passa por uma crise de identidade, e isso está refletindo diretamente no seio escolar.
     O Ministério da Educação precisa, urgentemente, refletir e reformular a prática pedagógica aplicada em nossas instituições de ensino. Não se admite mais ignorará essa situação. Um ambiente que tem o propósito de fomentar conhecimento precisa, antes de qualquer coisa, estar movido pelo prazer e cercado de tranquilidade. Um lugar hostil, onde os profissionais são coagidos e desafiados a cada momento, não se pode denominar instituição de ensino. Entretanto, infelizmente essa tem sido a realidade de diversasescolas no Brasil. Os educadores tornaram-se reféns das leis educacionais, e da pressão que o sistema impõe as escolas.
     As moléstias que afligem a sociedade brasileira estão refletindo negativamente na educação formal. Essa nova realidade exige por parte das organizações institucionais reverem seus paradigmas e reformular valores. Uma politica pedagógica eficaz precisa partir de princípios disciplinares. Certamente essa é a explicação para o fato das escolas militares obterem os melhores desempenhos no Ideb.  Não se faz educação sem a participação intensiva da família e a intervenção efetiva do Estado.
A desestruturação familiar é outro fator que vem promovendo a decadência do ensino brasileiro. O poder de mudar essa tétrica realidade está nas mãos de cada cidadão e cidadã.A população pode assumir as rédeas da situação, exercendo sua cidadania. A luta por uma educação de qualidade é a luzinha no meio do breu. Esse fruto pode ser colhido través de ações concretas exercidas pela sociedade.Dessa forma, o brasileiro poderá reescrever sua historia, e transformar o Brasil num país soberano.


Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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