Passar o Brasil a limpo

Carlos Eugênio

04/09/2014

Os anseios de quem almeja um país igualitário não pode se distanciar do propósito de mudar esse quadro caótico em que se encontra o Brasil. Esse momento é propício para essa quimera, afinal é tempo de eleição. O sentimento de nacionalidade pulsa nas veias de cada brasileiro, com a perspectiva de novos tempos. Mas, dá para acreditar em mudanças? Pelo que se tem visto ao longo da história, mudam-se os personagens, mas permanecem as mesmas práticas de uma politica fétida.
     O brasileiro tem um árduo desafio pela frente: passar o Brasil a limpo. Essa atividade inicia-se com o voto consciente. Escolher os representantes pensando no amanhã, no bem social. O voto não pode ser negociado como mercadoria barata que se vende em qualquer esquina. Quem comercializa seu voto está negociando a própria vida.
     Mas, infelizmente a cultura do brasileiro condiz com esse tipo de prática politica. Precisa-se, então, quebrar as amarras de obsoletos costumes primitivos. Passar o Brasil a limpo consiste, sobretudo, em pensar e fazer diferente. As velhas raposas da politica brasileira não pode ter mais espaço quando se fala em dar um novo rumo ao país. É tempo de pensar o todo, em beneficio da coletividade. Não se pode mais aceitar a corrupção como processo natural da vida pública. Nem tampouco embarcar em projetos políticos fabulosos, lapidados por marqueteiros com o intuito de ludibriar a nação.
     O país precisa de uma nova cara. Quem, desses que se apresentam aos eleitores, está disposto a fazer uma reforma política e tributária, que atenda os anseios populares? Quais candidatos que se apresentam ao povo, já tiveram a oportunidade e não cumpriu seu compromisso perante o eleitorado? Qual a melhor proposta para mudar esse quadro caótico na educação, saúde e segurança? O povo precisa buscar a sapiência necessária para acertar em suas escolhas. O eleitor não tem o direito de errar. Nem muito menos o Brasil aguenta mais tantas escolhas equivocadas.
     Em meio a essa necessidade surge uma dúvida: será que existe mesmo trigo em meio ao joio? Esse questionamento aflora na mente de cada brasileiro pela descrença nos representantes. Enganaram demais, falaram demais, mentiram demasiadamente, e agora a população não acredita em contos eleitoreiros. O que fazer, então? Jogar a toalha? Votar em branco ou anular o voto para não participar diretamente desse sórdido sistema politico? Certamente que não! O brasileiro não pode lavar as mãos como fez Pilatos ao entregar Jesus Cristo. Isso não seria uma atitude sábia. É necessário que se escolha um estadista, entre as ervas daninhas, para moralizar o Brasil.
     O caminho para enfrentar esse marasmo de descrença nos representantes públicos é a renovação. Renovar no intuito de buscar algo diferente, uma nova filosofia política, um jeito de administrar pensando na coletividade. Não se pode temer aos novos ares. Afinal, somos um ser em constante renovação. Contudo, o que não é admissível, em hipótese alguma, é a continuidade de um sistema político-administrativo envolto na inversão de valores.
     Chega de inércia! Esse país tem enfrentado mazelas inerentes de um povo apático, subdesenvolvido e subserviente. A sociedade tem por obrigação fazer as transformações que o Brasil necessita. Um país soberano flui dos arrojos de uma gente que se entrega aos desejos de transformação. Cabe, a cada brasileiro, passa o Brasil a limpo e escrever uma nova história.

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