A descrença venceu a esperança

Carlos Eugênio

09/07/2014

Os olhos dos brasileiros brilharam. O povo comemorou a vitória do Partido dos Trabalhadores (PT), com o coração esperançoso em um porvir inovador. Afinal, “a esperança venceu o medo” – essa expressão impregnou-se no cerne de cada brasileiro, e a população realmente acreditou em novos tempos. A campanha vitoriosa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Presidente da Republica, no ano de 2002, mobilizou a massa. Rompiam-se, portanto, os sucessivos mandatos de uma burguesia hipócrita e medíocre. Quebrava-se o ciclo de um poder subserviente as vontades internacionais.
     O Partido dos Trabalhadores, após algumas tentativas de ocupar o poder, enfim, conseguia convencer o eleitorado brasileiro. Apresentou-se ao povo como uma sigla diferenciada das demais. E a população caiu no conto do vigário. Atualmente, já são 12 anos de governo petista. Os jovens que choraram de alegria com a chegada desse partido ao Palácio da Alvorada, hoje veem com descrença o cenário politico brasileiro. Mudaram os personagens, mas as práticas de uma politica fétida permaneceram.
     Onde está aquela sigla que se apresentou ao povo como defensora dos trabalhadores? Em que subterfúgio perdeu-se a filosofia politica que originou o PT? Ou será que tudo não passou de uma farsa bem planejada pelos marqueteiros contratados para enganar os eleitores? Os brasileiros precisam refletir e tirar suas próprias conclusões.
     O ex-presidente Lula, nem a atual presidente Dilma Rousseff, conseguiram atende os anseios sociais. As manifestações populares ratificam isso. Entretanto, ambos cercaram-se de medidas populistas, como é o caso do programa bolsa família. É a politica do “Pão e Circo” fazendo a diferença nas urnas. É tão provado que, mesmo com a condenação de alguns caciques petistas, pela participação no chamado mensalão do PT, esse partido ainda se mantém a frete dos desígnios do povo brasileiro, com perspectiva de reeleição da atual presidente, segundo dados das últimas pesquisas de intenção de voto. Mas, o que esperar de um povo que se contenta com esmolas e se acomoda no marasmo da ignorância?
A presidente Dilma Rousseff, em sua última fala a nação, com o intuito de justificar o injustificável, declarou que os valores gatos com a copa do mundo são insignificantes, perante os investimentos na saúde e educação. Com o professor tendo um piso salarial de R$1697,39 para uma jornada de 40 h, e as pessoas morrendo nos corredores dos hospitais sem atendimento médico? Isso é investir em saúde e educação? A presidente tambémse esquece de prestar contas das obras superfaturadas, tão denunciadas por parte da imprensa nacional. Essa quantia vai para conta do trabalhador brasileiro. Enquanto o povo paga imposto em cada caixa de fósforos que compra no supermercado, a Federação Internacional de Futebol (FIFA) levará bilhões de lucro livre de tributos.
     Por outro lado, os brasileiros que anseiam verdadeiras mudanças nesse quadro caótico em que passa o país, estão sem opção de voto. Em quem votar? Na burguesia corrupta que vinha governando há décadas, ou na atual gestão infectada de partidários condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF)? Os opositores representam o retrocesso, enquanto o atual governo simboliza a permanência no marasmo econômico, politico e social. Entretanto, não se pode dizer que o PT não tenha prestado um serviço plausível à nação: conseguiu mostrar que os políticos, salvem-se as raríssimas exceções, são caroços do mesmo angu.

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