CARNAVAIS II

Hildeberto Aquino

11//2/09/0

        Próspero ano novo Brasil! Como afirmam, para uma grande maioria o ano só começa realmente após carnaval. Não precisa dizer que com aquela ressaca etílica e, mais grave, a ressaca moral – essa de mais difícil cura e de mais sérias consequências. Assim retornamos às nossas atividades “normais”. Bolso vazio, como sempre, visto que gastamos o que economizamos o ano inteiro e até o que não temos e, como bem disse a crítica sobre o Carnaval da jornalista Rachel Sheherazade – no Timbaú Notícias (Não deixem de ver o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=cuadotEn_to que amigos me passaram e recomendo.) carnaval é para ricos e não para pobres, portanto não é uma festa popular. Ela lembra que o preço dos camarotes Vips, dos abadas só é acessível a poucos - muito poucos, afirmo eu. E os demais os sem dinheiro, a “pipoca”, fica babando a ver navios, do lado de fora das cordas sujeitos a todos os tipos de confusão. Isto, a violência, a TV tem mostrado e não se restringe somente a Bahia. Lembra a competente jornalista que só quem se locupleta (quem ganha rios de dinheiro com o carnaval) são os artistas de todos os anos (especialmente os baianos) que sugam milhões a cada desfile – dinheiro público -, bem como os proprietários de cervejarias e trios elétricos. Diz-se mais indignada com a quantidade de ambulância disponibilizadas para bêbados e arruaceiros que superlotam as emergências enquanto faltam para o atendimento para os doentes de toda sorte no dia-a-dia. E mais, comenta que enquanto a insegurança grassa país afora tirando o sagrado e constitucional direito do cidadão ir e vir livremente curiosamente sobram policiais nesses eventos. Estamos acostumados a ouvir dos comandos dos quarteis como justificativa para a falta de controle mais eficaz da violência é que uma das deficiências da polícia é o pouco número de policiais existentes, o que evidencia uma incongruência. Segue a crítica quando comenta ainda que falar que pais de família ganham seu dinheirinho como a venda de espetinhos e outras quinquilharias é uma inverdade. Se disso vivessem morreriam à mingua. Não poupou comentários sobre o risco da gravidez indesejada em jovens e das DST que realmente são consentidas e estimuladas pela sociedade.

       Dou a mão à palmatória. Ela está cobertíssima de razão! Nós, talvez por saudosismo de quem viveu um carnaval sadio, com espaço para que realmente se brincasse o carnaval, não que também fossemos santos, mas é que extrapolávamos menos, ou mais discretamente, podemos diferenciar entre o que era para o que é hoje em dia. Hoje não tem limites! Perdeu-se o romantismo até da conquista de um beijo por tão fácil e vulgar que se tornou. Bocas que beijam bocas que sua vez foram beijadas por outras centenas de bocas enquanto que os próprios noticiários alarmam que em estatística recente mais de 50% dos homens estão contaminados com HPV. Sabem o que é isso e os males que pode acarretar inclusive doenças como o câncer? Com certeza não sabem, mas as letras decoradas das muitas “pérolas” de hoje a maioria certamente sabe.

       Mas é a vida e cada um, até que alguém o impeça abruptamente (tomara que nunca!), decide sobre o seu destino. Repito o que afirmei no texto anterior (Carnavais): “Portanto, juízo foliões! Aproveitem a vida que é só esta, mas façam com amor, respeito ao próximo, alegria e se amem vivendo o hoje, pois o passado passou e o amanhã é incerto.”

       Excelentes novos carnavais a todos, mas com mais moderação, zelo e amor próprio!

(Visitem o Blog: http://hildebertoaquino.blogspot.com)

J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br

"Devemos preferir o som das vozes críticas da imprensa livre ao silêncio das ditaduras."
(Dilma Roussef)

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(J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO)

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