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A poesia não se limita a ser, apenas, a arte da linguagem humana. É acima de tudo a expressão da alma. Quando o poeta escreve é a alma que fala. Os sentimentos fluem no ritmo das palavras, transformando os recursos formais em meros coadjuvantes da vida real. Pois, o que sobressai na linguagem da alma é a exposição dos sentimentos, de forma nua e crua. Poesia é, portanto, um tesouroresgatadoda essência humana, como prova maior da existência do Criador.
Os especialistas geralmente dividem as poesias em três tipos: Poema Lírico: normalmente curto, por causado grande uso de rimas e ritmo, ondeo autor expõe seus sentimentos pessoas; Poema Narrativo: onde é narrada uma história e, geralmente,mais longo, as epopeias e as baladas estão entre os principais tipos; e o Poema Dramático: uma narrativa relativamente longa, todavia essa história é contada através das falas dos personagens. Vale ressaltar, que as peças teatrais escritas em versos são manifestações de poesia dramática.
Portanto, seja através do gênero lírico, dramático ou satírico, a poesia sempre buscou atender os anseios da humanidade. Na tentativa de compreender as emoções humanas, ou na abordagem de questões politicas e sociais, os autores, ao longo dos tempos, expuseram seus sentimentos no intuito de levar luz a quem se encontra a beira da escuridão. Nada mais justo criar-se o dia nacional da poesia: 14 de março – em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847 – 1871).
O poeta dos escravos – foi assim como ficou popularmente conhecido Castro Alves–, pois lutou incessantemente contra a escravidão, buscando despertar um espirito critico na sociedade, diante das atrocidades que norteavam a corrente escravocrata. Enfatizando a chamada “poesia social”, esse poeta levou ao mundo o descontentamento de uma gente que era menosprezada pelo poder dominante. Castro Alves clamou as insatisfações socais frete ao cenário politico da época.
O poema A Canção do Africano é a ratificação da luta desse insigne literata, que dedicou sua arte em defesa da vida: Lá na úmida senzala/ Sentado na estreita sala/ Junto ao braseiro, no chão/ Entoa o escravo o seu canto/ E ao cantar correm-lhe em pranto/ Saudades do seu torrão... //De um lado, uma negra escrava/ Os olhos no filho crava/ Que tem no colo a embalar.../ E à meia voz a responde/ Ao canto, e o filhinho esconde/ Talvez para não escutar!// [...] O escravo calou a fala/ Porque na úmida senzala/ O fogo estava a apagar/ E a escrava acabou seu canto/ Pra não acordar com o pranto/ O seu filhinho a sonhar! //O escravo então foi deitar-se/ Pois tinha de levantar-se/ Bem antes do sol nascer/ E se tardasse, coitado/ Teria de ser surrado/ Pois bastava escravo ser [...].
Castro Alves é a prova de que o poema não se limita a ficção.É um gênero literário que exibe nas criações os aspectos de interesse social e os sentimentos da alma,a exemplo de Vinicius de Morais,que segundo Carlos Drummond de Andrade - outro notável literata brasileiro -Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão.
O Soneto de Fidelidade comprova a declaração de Drummond: De tudo, ao meu amor serei atento/ Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto/ Que mesmo em face do maior encanto/ Dele se encante mais meu pensamento// [...]. Em suma,sejam por autores renomados, artistas contemporâneos que compõe seus poemas no anonimato, ou violeiros que exibem suas canções no improviso, o Brasil está bem representado, na arte de deixar fluir da alma as mais longínquas emoções arquivadas no alfarrábio da existência humana.
Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.
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