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Um verdadeiro futebolista torna-se revivificado quando identificado presente na terra que se glorifica de ser o berço dos músicos, dos padres e dos atletas de futebol de salão, como a retratar o jogador Benone, quanto ao seu histórico, como jogador do chute mais potente que Russas já registrou. Indiscutivelmente é um orgulho de realidade encantatória no mundo fantástico, para quem escreve. Ainda mais quando a sua história foi escrita num relance de pouca idade e de muito futebol, para ser considerado o russano do chute descomunal, mais forte e potente do mundo. Enquanto muita gente pensa que o chute mais forte do planeta é de Nelinho, Rivelino, Roberto Carlos, Bececê, o “canhão” do Pici, ou de Ronny, que jogava no Sporting, pelo campeonato Português. Que ao bater uma falta tão potente, o canhão atingiu a marca de 222 km/h. Mas o chute mais forte do mundo, pertence ao russano José Benone Ribeiro, filho de José Ribamar Ribeiro e Maria Sales Ribeiro, falecido em 1989 aos 38 anos de idade, num acidente automobilístico. Equiparado ao do Pedro Grané, exímio cobrador de falta e pênalti, jogador avantajado e de grande porte físico, considerado o melhor lateral direito que atuou pelo Corinthians. O canhão que possuía no pé, deixou-o temido, por causar medo e terror aos mais zombeteiros e atrevidos goleiros do país. Pedro Grané ficou famoso ao bater um pênalti, soltou uma bomba tão violenta, que quebrou os dois pulsos do goleiro Jacaré. Assim conta a história: “Iniciou sua carreira no Ypiranga. Em seguida veio a fazer sucesso e se consagrar na história do Corinthians. Existem muitas lendas em torno dos petardos de Grané; uma delas, por exemplo, dá conta de um amistoso da Seleção Paulista contra a Carioca, na década de 1920, quando o então goleiro vascaíno Jacaré (que em 1934 jogaria pelo Corinthians, em 15 oportunidades), da Seleção Carioca, o desafiou em uma cobrança de pênalti. A torcida ficou apavorada e das arquibancadas pedia para Grané chutar devagar e não matar Jacaré. Grané, por sua vez, falou nada, e na cobrança simplesmente faturou os dois pulsos do goleiro.” E até hoje é considerado o jogador que tem o chute mais forte do mundo. Grané ficou tão famoso com o seu forte chute, que recebeu o apelido de 420, que era o nome do canhão de maior calibre, existente na época. Mas, sem nenhum exagero, em Russas, havia o atleta Benone, jogador de futebol de salão, que tinha o chute potente como o do futebolista Pedro Grané. Quem viu o Benone jogar, há de confirmar que o seu chute, como uma bomba, equiparava o de Pedro Grané. Em todos os times que Benone jogou foi campeão e artilheiro. Como pelo Cearazinho, do Toinho Boy, como na foto exibe a taça de campeão pela equipe composta por Benone, Baltazar, Quipa, Liliu (in memoriam) e Toinho Boy. E em 1969, pelo time da 6ª Cia da PM/CE da cidade de Brejo Santo. Benone jogou mais pela imbatível Seleção de Russas, formada por Calabar, Barbosa, Raimundo Guedes, Pinto e Benone. Calabar, incrível e extraordinário, único, acrobático, exímio defensor, inigualável goleiro. Barbosa, bravo gladiador, jogava fixo como zagueiro. Raimundo Guedes, ágil como um tigre, atuava pela ala esquerda. Pinto, que jogava com o cérebro, era o pivô do time, considerado o atacante mais inteligente do futebol russano e Benone que trabalhava a bola com muito domínio pela ala direita, era o assombro dos goleiros. Naquela época a bola de futebol de salão era feita de couro duro e muito pesada. Lembro que as traves da quadra do Colégio Flávio Marcílio, eram feitas de madeira, arqueada com ferro, no local onde dorme a coruja, e o Benone deu um chute de bicudo, tão violento, que a bola ao bater no travessão estourou, para os gritos do Orlando, que animava a torcida, que correu com assombro, mas respondeu com ovação e aplausos. Outra feita, em 1972, a Seleção de Russas jogando contra a rival de Limoeiro do Norte, que tinha a Seleção do Sonho, formada por Batista, Tarcísio, Mário Kleton, Maurin, o Pinto com a sua ginga de atleta perfeito, driblou a defesa adversária e numa finta magistral, deixou a bola para o Benone, que soltou uma bumba e rasgou a rede com um gol espetacular. E num jogo, no quartel, Benone que já era soldado de polícia, deu um chute tão forte que a “bola de couro” ao bater no meio dos peitos do irmão do Nenô, de apelido Vovô, que assistia ao jogo sentado no muro da quadra, caiu desfalecido ao chão, como morto. Foi uma agonia para os atletas militares retornar os sentidos do Vovô, que saiu do quartel cambaleando como um bêbado, amparado pelo soldado Amador e a velha Dudu do Patronato. Vovô passou várias semanas abrindo a boca, procurando o ar para poder respirar. E quando Benone soltava a bomba, corria todo mundo que estava por trás das traves, com medo de bola furar a rede, porque o intuito era sempre o gol. No Colégio Flávio Marcílio, espatifou os vidros de uma pipoqueira que funcionava com farol a gás, por dentro, para iluminar o carrinho do vendedor. Grande artilheiro, grande jogador de futebol de salão, nesse país do futebol. Como documentou o sábio e explorador Francês De La Condamine, no século XVII, que os índios Cambebas, do Alto Solimões da Amazônia, fabricavam bola de sernambi, goma elástica da borracha e já praticavam futebol. Como sempre afirmo que os ingleses nunca inventaram o futebol, e como diz o samba enredo da Beija-Flor: “É milenar a invenção do futebol...” Quem inventou a bola foi o índio brasileiro, nós inventamos o futebol. E quem tem o chute mais potente do mundo é o nosso inesquecível Benone.
.Originário de Russas – CE. Formado em Direito pela Universidade de
Fortaleza – Unifor, advogado militante da Comarca de Fortaleza, e
romancista. Livros publicados: Deusurubu, Admirável Povo de São Bernardo
das Éguas Ruças. Romances: A Dança da Caipora, Os Mortos Não Querem
Volta e O Hóspede das Eras. Membro da ARCA – Academia Russana de Cultura
e Arte.
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