PODERES RUSSANOS

Hildeberto Aquino

11//2/23/0

                                            “Quantos Poderes efetivos temos em Russas?”

           Sem querer apontar culpados porque de tão óbvio não há quem desconheça e ignore, o que ocorre na política russana é algo surrealista, inimaginável enquanto nefasto, preocupante e nunca dantes visto na sua história. Sinceramente, não sabemos quem está brincando com quem e de quê. Sabedores somos de que é factual, inconteste e também deplorável e que o povo é quem paga, e caro, pela situação nada confortável do nosso município, em inúmeros aspectos e ocasiões. Declinar os problemas seria mera redundância, posto que diuturnamente apontados pela população inconformada que padece em decorrência desses desleixos político-administrativos que deprimem e enodoam a outrora bela Russas. “Russas definitivamente não é mais aquela de há bem pouco tempo, resta descuidada como nunca!” Isto que ouvimos é uníssono e em cada canto, em cada escola, em cada esquina, por onde se agruparem pessoas e dos mais variados níveis etário-étnico-sócio-político-econômico.

       A nossa Câmara Municipal - que atesto composta por vereadores que até onde conheço são capazes, íntegros, bem intencionados e que legitimamente representam (ou deveriam representar) a vontade soberana do nosso povo - até então não tem logrado êxito nas suas proposições, como também não se portado como era de se esperar - Impondo-se, quando couber a sua interferência! Vem, no computo geral, comportando-se aquém do esperado, rendido pouco e com pouca efetividade. Cremos que seus componentes são plenos conhecedores das leis específicas e regimentais às quais estão submetidos, como também da força e do alcance e limite do seu poder como membros do Legislativo, mas alguns permanecem passivos, lenientes, hesitantes diante muitas vezes do insustentável. Postulam da tribuna em requerimentos seguidos, sistematizados, oral ou formalmente, muitos até repetitivos, mas é como se apenas palavras fossem soltas ao vento sem repercussão ou até, como já admitem muitos, prestando-se a fazer um mero jogo de cena, jogando para a plateia e sem efeito algum em prol do Município. As suas falas são difundidas nos registros da nossa competente e atenta imprensa que cobre as sessões e que as repercute por todos os recantos de Russas, mas não surtem o efetivo desejado pelos reclamantes que acorrem aos seus representantes e nem a eles vereadores, visto que suas postulações não são acatadas, pelo menos em parte. Tudo está submisso às vontades e direcionamentos únicos: tão somente aos do Executivo que metodicamente ignora o Legislativo. A Câmara sob nova orientação transparece a muitos que fez apenas modificações superficiais, nada mais que um retoque de imagem na sua estrutura física, para impressionar, mas que continua desprestigiada e/ou sem forças para se impor enquanto Poder e enfim cumprir o seu papel. Por quê? Devem sim!, explicações ao seu povo, aos seus eleitores em especial que estão, não tenham dúvidas, de olho na atuação de cada um dos seus integrantes. Afirmem-se, pois!

       Da parte do chefe do Executivo - que conceituamos também como pessoa íntegra, de boa índole e bem intencionada, mas que sem aptidão na administração do bem público (diferentemente do particular), não correspondendo, portanto às expectativas dos munícipes - espera-se uma profunda e urgentíssima reflexão e tomada de decisões concretas e inadiáveis. Não há mais o quê se esperar. Grande parte do que se propôs administrativamente teve encaminhamento insatisfatório e resultou em quase nada ou até nada de benefício para a população! Às reinvindicações do Legislativo sequer dá ouvidos. É como se ouvíssemos afirmar: “Estou no comando, faço como quero e não dou satisfações a ninguém!” Mas deveria Excelência, é da coisa pública que tratamos! Quem então está por trás de tudo que o inibe a agir ou o orienta tão inconsequentemente? Uns afirmam que sabem de quem se trata, conhecem bem até, mas por conveniência preferem não nomear.

       Sugestões foram apontadas ao Exmo. Sr. Prefeito, inclusive por mim, no sentido de tomar a iniciativa de formar um colegiado composto de, no mínimo, três pessoas da sociedade, íntegras, de conduta ilibada e de sua confiança, preferencialmente desvinculadas do meio político para que, em harmonia exclusiva com os interesses do município, definissem as suas prioridades e agissem com oportunidade e até proativamente. Nada deveria ser feito à revelia desse colegiado. Tudo passaria pelo seu crivo consciente abstraído de interesses pessoais ou politiqueiros, o que até redundaria em preocupações a menos para o gestor municipal. Mas, como de costume, não deu ouvido, refugou.

       Resta-nos: ao Poder Legislativo, à imprensa e ao povo acompanhar, fiscalizar, cobrar, exigir, protestar, denunciar se for o caso! Negligenciar, ser conivente, jamais; custa-nos caro! Ao Executivo, se lhe conveniente, compete ponderar as críticas, analisando-as bem, visto que não são depreciativas e sim realistas e bem intencionadas e delas tirar proveitos, reavaliando posições, atuações de auxiliares chamando-os à responsabilidade e tomando decisões que julgadas pertinentes e tenham um único propósito: A prosperidade de Russas!

       O poder é efêmero e que disso todos os políticos russanos tenham essa consciência. Reflitamos bem sobre as nossas futuras opções políticas.

À Russas, o melhor destino!!!

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