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Do ponto de vista do direito constitucional contemporâneo, o “povo” é o conjunto dos cidadãos e cidadãs de um país. Cada povo é responsável pela construção de sua própria história. As linhas tracejadas, que registram o passado e disseminam as premissas de um futuro promissor, provem da capacidade de indignação das pessoas. Indignar-se com as injustiças sociais é um exemplo da plena cidadania. Quem perdeu essa sensibilidade, precisa rever seus conceitos e aprimorar valores. A mensagem repassada às autoridades brasileiras, em cada grito das pessoas nas manifestações que invadiram as ruas, não pode cair no túnel do esquecimento. A população mostrou sua insatisfação com os desmandos administrativos das gestões públicas desse país.
Pensar que o Gigante adormeceu pode ser um equívoco. No ano vindouro, o Brasil poderá passar por situações ainda mais conflitantes. A população não vai aceitar, passivamente, os gastos exorbitantes nas construções dos estádios de futebol - em sua maioria superfaturados - enquanto sofre a falta de serviços básicos: segurança, saúde e educação de qualidade. Chega de tanta demagogia! Alguns políticos precisam aprender a respeitar seus representados. Não se engana uma população a vida inteira, há um momento em que a máscara cai, e a verdadeira face surge desprovida da desfaçatez.
Atitude de extrema violência é inadmissível - refiro-me aos conflitos entre policiais e manifestantes -, mas não se pode negar que essas lamentáveis cenas de vandalismo, representam a falência das instituições públicas do Brasil. Um povo precisa se espelhar em seus representantes. Mas, que representantes? Os que promoveram o mensalão e, mesmo condenados pela justiça, ainda galgam um mandato, pousando de bons moços? A situação é de ampla e restrita mediocridade. O que esperar dessa gente corrupta que entra na politica para tirar proveito próprio? O que exigir de uma nação inculta, que tem como prioridade de vida carnaval e futebol?
Mas não se pode perder a esperança em uma gente que ocupou praças e avenidas, exigindo a garantia de seus direitos. A classe trabalhadora, privada de direitos essenciais à dignidade humana, encontra-se a deriva, vagando pelos becos da incompetência da gestão pública. Foi esse povo que engrossou a voz e clamou sua insatisfação. O ano de 2013 ficou marcado pela marcha popular. Que o período natalino e, a confraternização de um ano vindouro, seja também um momento de reflexão sobre o papel social de cada cidadão e cidadã, na construção de um país mais justo.
O ano de 2014 chega com um sentimento de renovação. O clamor das massas, provavelmente não irá calar-se, perante as intempéries de um sistema administrativo falido, em que a vida fica em terceiro plano, a exemplo das arenas construídas em proveito da classe privilegiada. As pessoas de baixo poder aquisitivo, não disfrutarão desses jogos nos estádios. Afinal, essas arenas não foram feitas para a plebe. A copa beneficia, apenas, uma meia dúzia de empreiteiros e, será palco de eventos esportivos para os poderosos. A classe ralé será mantida a metros de distância do evento, à custa da lei do cacete e spray pimenta. Entretanto, se a seleção brasileira vencer a copa, tudo acabará em carnaval, e o clamor das massas se renderá ao grito dos “vencedores”.
Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.
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