Vergonha nacional

Carlos Eugênio

23/09/2013

Afinal, aqueles que se intitulam “representantes” do povo, estãoa serviço de quem?Por certo não estão em benefício da sociedade brasileira.Caso contrário, não teriam assumido o papel de advogado do diabo, no processo de cassação do mandato do deputado federal Natan Donadon(sem partido - RO).Já que alguns deputados assumiram essa postura, por que então não mostram a cara? A população precisa saber, para separar o joio do trigo. Entretanto,agiram como ratos de esgoto na calada da noite, beneficiados pela prerrogativa do voto secreto.

O povo tem direito de acompanhar as ações das “autoridades” que, através do voto direto, foram designadas a representar a vontade popular. Mas, quando os interesses exclusos se defrontam com os anseiossociais, assim como os camundongos, que mergulham nas águas fétidas, muitos políticos trilham os subterfúgios labirintos do fétido sistema político brasileiro, com o propósito de ludibriar a ingenuidade do povo.

Assegurar o mandato de um politico, apesar de uma condenação de 13 anos em regime fechado - pelo Supremo Tribunal de Justiça (STF) - por formação de quadrilha e peculato é uma vergonha nacional.Os que agiram dessa forma sãodo mesmo estipe, do deputado presidiário, portanto, estavam em defesa de causas próprias.

E o povo brasileiro? Ogigante adormeceu, novamente,em berço esplêndido. Será a prova que teus filhos fogem à luta? Esta terra não é tão amada, nem tampouco tua pátria adorada, como se anunciam em versos e prosas?Certas atitudes matam a confiança de um povo. A esperança do brasileiro não pode ser vencida pela hipocrisia de políticos medíocres. Uma gente sem perspectiva é um povo sem alma.

O Brasil de sonho intenso e raios vividos, pregado no Hino Nacional -que tanto exalta a bravura de seu povo- precisa resgatar a confiança num porvir promissor para seus patriotas. A sociedade pode mostrar amor a sua pátria, erguendo o véu que impede alcançar uma concepção crítica das questões de prioridades básicas, que impendem o desenvolvimento do país.Resgatar o amor do brasileiro pela sua pátria é trazer de volta quimeras adormecidas nas frustações de uma vida melhor através da igualdade social.

A Câmara tem a obrigação política e social, de rever essa questão que envergonha o país. Já somos conhecidos mundialmente por ser uma terra que o crime compensa. Mas não é preciso ratificar esse rotulo. Ainda é possível mudar o rumo dessa história. A população que foiàs ruas reivindicar o fim da corrupção, precisa também rever suas escolhas políticas. Chegou a hora de o povo brasileiro amadurecer politicamente. Ou será que vai passar mais um século, sofrendo nas mãos dos detentores do poder, em consequências de suas escolhas erradas? Essa geração pode escrever uma história diferente e deixar uma herança cultural sustentada nos princípios éticos.

A palavra de ordem é reciclar. Vencer o medo, sair do estado de inoperância e pensar o Brasil como um país insigne, exuberante. Reciclar os próprios conceitos de mundo, para modificar o meio. Somente vamos ser um país justo, quando cada um disseminar a semente da justiça. E, são nas pequenas ações que se conseguem grades vitórias. Aceitar que o país seja desrespeitado por uma meia dúzia de congressistas, que não têm apreço por sua gente, é concordar com a rotulação de um povo corrupto. Todavia, o brasileiro reflete no olhar, as características de um povo digno. Em nome dessa peculiaridade, as autoridades precisam reverter esse quadro que se tornou uma vergonha nacional.

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