COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Bastidores da escola

Carlos Eugênio

20/06/2013

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A escola, ao logo dos tempos, sempre foi um centro disseminador de conhecimentos. Um ambiente de aprendizado e fomentador de atitudes éticas, culturais e pedagógicas. Mas, atualmente, tronou-se comumà circulação de noticias, nos meios de comunicação, de agressividades físicas no meio escolar, seja por parte do educando ou do educador. O que está acontecendo comas escolas? Por que o clima de paz, que reinava antigamente, não faz mais parte do cotidiano dos centros educacionais? As respostas para esses questionamentos estão no seio da formação da sociedade moderna.

 

Asociedade contemporânea não aprendeu a cumprir seus deveres como família e, difundiro respeito ao ser humano. A vida tornou-se mercadoria barata nas prateleiras de supermercados, na concepção dos transgressores. Os valores éticos e morais foram esquecidos na linha do tempo e, a modernidade trouxe para o seio da família, o desrespeito à vida.Quando a sociedade não ensina a seus filhos, o respeito hierárquico, a desordem prevalece frente ao apreço à vida. Não podemos confundir democracia com libertinagem, nem tampouco disciplina com repressão.  

 

As crianças de hoje serão os adultos de amanhã. E, certamente estarão educando outras crianças. Isso é o mais assustador. Quem nunca teve limites pode impor limite? A falha vem do berço e com a proteção das leis. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que deveria ser o amparo de jovens desprovidos do sustentáculo da família, tornou-se protetor de menores delinquentes. Enquanto a escola virou depósito de jovens que não aceitam orientação e práticas educacionais. Esse fato vem provocando o confronto entre professores e alunos. O professor é o saco de pancada da vez. Já o aluno, respaldado pela lei, entende que pode impor sua vontade. Nesse confronto quem sempre sai perdendo é o país,por não conseguir implantar um ensino de qualidade.

 

O setor pedagógiconão encontra meios para deter o avanço crescente de atitudeviolentase, por algumas vezes, criminosas,promovida por alunos, dentro das escolas. As teorias de Piaget, Vygotsky e muitos outros teóricos famosos, que tiveram seus estudos psíquicos adaptados ao sistema educacional, não condiz mais com a realidade do jovem contemporâneo. A desestruturação da família confronta-secom o proposito da escola, que buscasuscitar a avidez por conhecimento. A finalidade de atingir oobjetivode promover aprendizagem tem sido motivo de acirramento entre o corpo docente e os estudantes, quando deveriam buscar a escola com ointuito de aprender e, torna-se um cidadão e uma cidadã de bem.

 

Agressões verbais por parte de estudantes contra colegas e professores, confrontos físicos de extrema violência e o predomínio da indisciplina em sala de aula, são apenas algumas atitudes corriqueiras, nos bastidores das escolas no Brasil.Essa situação vem causando desestimulo em educadores, que além de receber um salário medíocre, ainda passa por essas circunstâncias constrangedoras no ambiente de trabalho.

 

Educar é uma tarefa árdua, que exige o compromisso de ambas as partes envolvidas no processo. Uma politica pedagógica que resgate a família e a sociedade, para dentro da escola, se faz necessário. O programa Bolsa Escola, que avalia apenas a frequência do aluno, para recebimento do beneficio, poderia ser um parceiro, desde que levasse em consideração o desempenho do educandoem determinados períodos do ano.Cabea família o desejode assumir seu papel perante a comunidade escolar, compreender que o professor não é o salvador da pátria, mas um importante parceiro na árdua missão de educar e garantir um porvir promissor a seus patriotas.

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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