Balançando o papel

Carlos Eugênio

03/06/2013

A missão do radialista, diante de um microfone, não se limita ao bem informar. Seu oficio é mais árduo, vai além do transmitir acontecimentos. Disseminar valores éticos, aguçar o pensamento critico da opinião pública, fomentar a avidez por justiça social e promover um jornalismo investigativo com imparcialidade, são algumas atribuições de quem preza por uma profissão tão digna. Todas essas prerrogativas podem ser atribuídas ao radialista Jiannino Diangeles, na apresentação, ao longo do tempo, do jornal “De olho na cidade” e do programa “Jiannino Diangeles”, na Rádio Progresso de Russas.

Em ambos os programas, o nobre radialista tornou-se a voz do povo, que busca o rádio para proferir suas insatisfações contra os desmandos administrativos da gestão municipal. Não é toda emissora que tem uma programação voltada ao debate popular, nem todo radialista pautado na imparcialidade, se propõe a abrir espaço aos ouvintes. O ancora Jiannino Diangeles, com reportagem e intervenções dos radialistas Erivando Lima e Josimar Nascimento, sempre conduziu seus programas, alicerçado na ética profissional que lhe é peculiar. Uma aula de democracia para muitos profissionais do rádio que, por muitas vezes, desonram sua profissão, tornando-se fantoches nas mãos do poder e assumindo o papel de advogado do diabo.

A incumbência de retratar a verdade dos fatos defronta-se com a incompreensão daqueles que preferem manter o povo na ignorância, para ludibria-lo. O líder político que tenta por a opinião pública, contra um veículo de comunicação liberto das marras do poder, é inimigo da democracia. O povo mantido na ignorância alimenta a prática de ações maliciosas contra o patrimônio público. Mas, Jiannino Diangeles, ao expressar suas concepções, sempre buscou reportar-se aos fatos com profissionalismo. Uma demonstração de seriedade e respeito aos ouvintes. A expressão “balançando o papel” tornou-se marca registrada em seus programas. Mostrado a autenticidade das informações.

Um programa jornalístico não deve ser avaliado como inimigo de um gestor público. Mas, como um parceiro que apresenta as satisfações ou insatisfações da massa popular. Assim, o executivo e o legislativo podem direcionar suas atividades objetivando atender os anseios dos seus representados. Esse papel, a Rádio Progresso tem posto em prática, com muita competência. Embora venha sofrendo injurias do atual gestor municipal. Um pensamento pequeno, medíocre, demonstração de quem prima por ações opressivas e ditatoriais.

A filosofia de trabalho, implantada por Chagas Ferreira, tornou a Rádio Progresso à voz dos mais humildes, daqueles que buscam justiça social e, dos atingidos pelo rolo compressor de uma política ditatorial, que vem promovendo o medo e a perseguição, na terra de Dom Lino. O meio de comunicação que preserva seu nome perante a sociedade, não pode curvar-se a vontade de políticos inescrupulosos.

A Rádio Progresso mantem, em sua programação, o compromisso com a verdade, em defesa das questões sociais. A tentativa de calar a voz dessa emissora, atingindo diretamente Jiannino Diangeles, seja de quem tenha partido, é uma atitude mesquinha, que deve ser repudiada pela sociedade. A liberdade de imprensa é o bem maior de um povo, que luta contra a corrupção e, anseia transformar suas utopias em realidade.

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