COLUNISTAS / AIRTON MARANHÃO (IN MEMORIAN)

Os Falcões, 45 anos de história

Airton Maranhão (in memorian)

03/12/2012

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Nem mesmo a banda de rock The Beatles, formada na Inglaterra, na cidade de Liverpool, em 1956, grupo musical mais bem-sucedido, com os músicos mais conhecidos de todo o planeta, como: John Lennon, George Harrison, Paul Mc Cartney e Ringo Star, que se desfez em 1970, não durou nem um terço da existência da banda os FALCÕES, da nossa cidade de Russas, eterno berço dos geniais músicos deste mundo, que por mais de 45 anos de história e de sucesso, a banda musical os FALCÕES, formada em Russas, em 1967, pelo guitarrista Robertson Gondim, com o nome os Tremendões, em plena época do twist e iê, iê, iê, da Jovem Guarda, por sugestão do contra-baixo Arilo, em 1968, foi trocado de nome para os FALCÕES. Banda musical que já devia ter o seu reconhecimento em todo país, pelo registro da sua história de privilégio de altos dignitários dos músicos russanos, como candidata ao Livro Guinness dos Recordes, por pouco existir no mundo nenhuma outra banda musical que tenha durado mais tempo que os FALÇÕES. Com toda virtude da humildade, da grandeza da alma e dom desses geniais músicos russanos. Que, por quase meio século, ainda resgatam o seu público de fãs, com as melódicas harmonias do sucesso, dos showsdas turnês e das apresentações com repertório de músicas exclusivamente da Jovem Guarda. Sempre no seguimento do carro-chefe com o prefixo da música O Milionário, dos Incríveis. Tudo teve início na época de Ouro, quando os russanos mudavam o modo de agir, de vestir e de pensar no sonho de galgar os degraus do Exame de Admissão do Colégio Flávio Marcílio, que tinha como Diretor o inigualável mestre Pe. Francisco Cabral de Amorim. O maior educador de todos os tempos que já apareceu em Russas. O Exame de Admissão do Colégio Flávio Marcílio, era como se fosse além da exigência da sabedoria do aluno, para obtenção do ideal educacional. Capaz de ultrapassar a escadaria sem fim do vestibular da UFC ou da UECE, para atingir o nível do cargo ou profissão que escolheria no futuro. E tinha ainda a profa. Maria Carlota Meireles, que ministrava com muita maestria a disciplina de aula de música, quando o aluno tinha que cantar, declamar e contar história, sem escapar de ir ao palco para apresentação. Onde os tímidos, simples e idólatras que sonhavam com Brigitte Bardot e Sophia Loren, tornaram-se professores, médicos, advogados, jornalistas, cientistas, compositores, cantores e vocalistas etc. Naquele tempo estudantino no Colégio Flávio Marcílio, destacavam-se os seguintes violonistas: Zé da Maria Hermínia, Isacc Nilton, Voltaire, Raimundo Sobreira e Juciê. E no trânsito de tantos músicos nasceu os Tremendões, e surgiu os FALCÕES. E para fazer parte da banda, os seguintes músicos: Robertson (guitarra solo), Beto (guitarra base), Arilo (contra-baixo), Arthur (cantor) e Inácio (baterista). E outros esporádicos como: Zé Rocha, (empresário), Luis Rocha (Folira), Dedé Magrim, (baterista), Ernani, (cantor), Haroldo, irmão do Arilo, Ernesto, Wilson Roriz (cantor), e o inigualável imitador de Waldik Soriano, Zé Maria (Tabica). E não foi por ingratidão ao grande educador que os “Meninos da Banda” deixaram de tocar com os instrumentos do Colégio, porque compraram os seus próprios instrumentos. A primeira guitarra que surgiu em Russas foi a do Inácio. Como a primeira bateria profissional e o primeiro contra-baixo foi da Banda os FALCÕES. Que por algum motivo inexplicável, deixou Pe. Cabral indignado ao ponto de chegar a dizer irrefreável que: “o bico desse pássaro vai picar muita gente”. Naquela época, em Russas, existia apenas: o Conjunto do Campelim, do Edilson e seu Conjunto e o do Paulo do Boanerges, com repertório diferente dos FALCÕES, que com a banda formada, iniciaram as suas apresentações nas leituras de notas do Colégio. E apareceu o primeiro sucesso com música GATA, da banda Brazilian Beatles. E depois, tocando nas memoráveis Tertúlias do Colégio Flávio Marcílio, na AACR, na AABB, no Auditório Lino Gonçalves, no Grupo Escolar, nos aniversários, nas festas juninas e no palco do Cine 5 de Junho, do nosso saudosismo Marcondes Costas.  Partindo para turnê pelo vale Jaguaribano, percorrendo, com a Rural do Dr. Inácio, onde os músicos se misturavam com os seus instrumentos, para apresentação nas cidades de Limoeiro do Norte, Morada Nova, Jaguaribe, Itaiçaba, Jaguaruana, Quixadá e Quixeré. Tocando músicas diversas de Renato e seus Blue Caps, Roberto Carlos, The Pop´s, Golden Boys, The Brazilian Bitles, Ronnie Von, Márcio Greyck, Paulo Sérgio, Paulo Diniz, Leno e Lilian, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso etc. E como os alunos que terminavam a 4ª Série Ginasial, saíam de Russas para morar e completar os estudos, no sonho de prestar o vestibular em Fortaleza, ou noutras capitais, assim ocorreu também com os “Meninos do Colégio”. O guitarrista Beto e o baterista Inácio, foram para São Paulo, o contra-baixo Arilo, para o Rio de Janeiro e Robertson, fundador da Banda os FALCÕES, permaneceu em Fortaleza, tocando na Banda R.7, da Aerolândia. Com o reencontro do grupo no Clube dos Oficiais da Polícia Militar, em Fortaleza, a banda alcançou a fama e o sucesso ao completar quase meio século de existência, quando o juiz da sonata divina prolatou e proferiu a sentença da grande inteligência dos musicistas russanos, sem ferir a vaidade alheia, para exaltar eternamente a terra dos músicos. Porque nem sempre o ser de maior qualificação vocacional e intelectual possui o dom divino para a carreira de músico, a honrar com amor os instrumentos que toca pelo acervo da história da terra natal, como a Banda os FALCÕES representa para o orgulho de Russas.

 

 

Airton Maranhão

 Advogado Escritor

Membro da Academia Russana de Cultura e Arte – ARCA

Airton Maranhão (in memorian)

.Originário de Russas – CE. Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza – Unifor, advogado militante da Comarca de Fortaleza, e romancista. Livros publicados: Deusurubu, Admirável Povo de São Bernardo das Éguas Ruças. Romances: A Dança da Caipora, Os Mortos Não Querem Volta e O Hóspede das Eras. Membro da ARCA – Academia Russana de Cultura e Arte.

Airton Maranhão (in memorian)

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