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O preço da consciência
Carlos Sombra
A consciência tem preço? Uma incógnita que vem à tona em momentos de definições politicas. Não faltará partidário, a serviço de candidatos medíocres, com o propósito de por a prova a honestidade do eleitor. A considerar a consciência como uma qualidade psíquica que abrange qualificações relativas à capacidade de compreender a relação entre si e o ambiente, pode-se julgar que não há dinheiro que possa comprar a dignidade humana. Entretanto, a cultura brasileira contradiz esse juízo filosófico. Temos que amadurecer muito, ainda, para alcançar essa concepção de mundo.
Atributo do espirito ou do pensamento. Esta definição de alguns especialistas ratifica a consciência como uma capacidade psíquica. Esse complexo orgânico do sistema conhecedor humano, que classificamos de consciência, nos permite alcançar através da dedução, a certeza de que somos parte do mundo e estamos inseridos nele. Portanto, temos o discernimento que podemos transformar realidades adversas, semear valores e cultivar decência. Princípios básicos da capacidade de pensar e modificar o meio. O ser humano é responsável pelos acontecimentos que envolvem a sociedade como um todo. Não dá para esguiar-se desse contexto.
Consciência é uma palavra de origem latina (conscientia), que pode significar estar ciente. Mas, será que o eleitor está ciente das consequências quando negocia seu voto? Certamente que não! Alguns, ainda não alcançaram o grau de responsabilidade que tem nas mãos. O poder de escolha, em um sistema democrático de governo, possibilita que o povo expresse sua vontade através do voto consciente. Este desejo é soberano! Precisa ser respeitado em sua essência. Entretanto, deve ocorrer de forma livre. Liberto das amarras de um sistema que permite a propagação da força do poder aquisitivo, em detrimento da miséria alheia.
O dinheiro que escoa pelo ralo da corrupção, o caos da saúde pública, a insegurança que predomina em todo o país, a falta de investimentos em uma educação de qualidade, entre muitos outros males, são consequências de escolhas erradas. Resultado de votos comprados por quantias irrisórias e apostas em falsos líderespolíticos. Quem paga o preço é a sociedade. Na desventura de conviver em condições sociais precárias, a população acaba tornando-se refém do próprio equívoco.
Qual é o preço de um filho? O povo precisa tomar consciência de que quando vende seu voto está negociando a vida de toda a família, e comprometendo o futuro dos mais jovens. O Brasil não pode mais aceitar o estigma de um país corrupto. O povo brasileiro tem por obrigação combater veementemente as raízes dessa cultura maléfica, que se propagou ao longo dos tempos.Podemos mostrar ao mundo a dignidade do brasileiro. Votar de forma consciente é o primeiro passo para disseminar valores morais e éticos.
Ter consciência do próprio desconhecimento já é um bom começo, para opor-se a essa chaga social. Por isso, vale lembrar a conquista de heróis e heroínas, que deram suas vidas combatendo a ditadura militar, a luta pelas eleições diretas e muitas outras conquistas populares. Partes da história que não pode ficar esquecida. Chegou a hora de começar a fazer diferente.Hoje, já não precisamos usar a força para combater os inimigos da democracia. A arma para vencer as injustiças sociais e expurgar corruptos da vida pública é o voto. A consciência não deve terpreço!
Carlos Eugênio Sombra Moreira
Professor e Escritor
Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.
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