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No período eleitoral, em aglomerações de amigos, no seio da família, nas conversas informais, nos meios sociais, faz parte da cultura brasileira as discursões tornarem-se acirradas. Os ânimos se agitam, podendo a qualquer momento explodir, das entranhas animalescas na psique humana, atos de violências verbais ou até mesmo físicas. Uma palavra mais forte pode ser o estopim, para despertar a fúria que habita os instintos ocultos do ser humano. Eleição não é uma guerra como muitos interpretam. Não é uma batalha ferrenha que vale apena sacrificar as amizades e os laços familiares. Essa cultura que dissemina discórdia entre conterrâneos precisa ser mudada urgentemente.
Etimologicamente o termo política é derivado do grego antigo que indica todos os procedimentos relativos à Cidade-Estado. Por amplitude pode significar sociedade, comunidade, coletividade. E essa coletividade como essência da sociedade precisa ser resgatada, para garantir o respeito às diversas ideologias. Quando as variadas formas de pensar forem respeitadas, estará garantida a liberdade de expor as ideias livremente. Para isso, é necessária sanar o estigma que cerca os paradigmas sociais. Costumes obsoletos necessitam ser modificados, para que a paz possa reinar entre os congêneres.
Em tempos de embates eleitorais, acontecimentos externos são interpretados como ocorrências politicas, embora muitas vezes não retrate a realidade. É uma caminhada em campo minado. Cada passo, cada atitude, as definições, uma declaração qualquer, já são motivos para criar-se uma celeuma e tomar conotação partidária. Infelizmente nosso povo tem a síndrome da paixão politica. Um erro que castiga a sociedade em forma de injustiças sociais, malversação do dinheiro público, e manutenção de gestões corruptas sem compromisso com a segurança, saúde e educação.
Os apaixonados políticos de plantão espalham boatos, semeiam discórdia, nutrem as perseguições, as violências físicas e psicológicas e os abusos de poder. São inimigos da democracia. Esquecem que esse sistema de governo emana do povo e deve servir ao próprio povo, em prol da coletividade. Apaixonar-se politicamente consiste numa atitude insana. Alienação que precisa ser extinta do cerne social. Fazer uma analise criteriosa de cada candidato é a opção mais inteligente e plausível. Mas infelizmente, o voto de cabresto, do aproveitamento politico, da força do poder aquisitivo e da escravização da dignidade humana, ainda existe no mundo contemporâneo.
Desarmar os ânimos, agir com prudência e consideração ao semelhante, é o modo adequado de garantir a paz nesse período delicado. As provocações por parte de alguns dementes, que por ventura venham ocorrer, devem ser relevadas. Mostre-se um eleitor consciente, capaz de se controlar mesmo nos momentos mais provocativos. É uma caminhada em campo minado. Todo cuidado é pouco para não vitimar, nem tornar-se a vitima.
Os passos são de fundamental importância para decidir o porvir dos acontecimentos. É imprescindível não deixar contagiar-se pelas emoções. Focar o olhar na avaliação das metas governamentais, para que possa fazer uma boa escolha e futuramente não venha pagar o preço por um voto errado, consiste na atitude de um eleitor consciente de suas obrigações politicas. O convencimento deve partir das ideologias, das propostas, distanciando-se da truculência. Chega de tanta violência por banalidades! A politica é a ciência que trata as relações humanas com o objetivo de servir a sociedade de forma harmônica. Portanto, deve valorizar o ser sociável que reside na alma de um povo que clama por justiça e paz.
Carlos Eugênio Sombra Moreira
Professor e Escritor
Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.
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