COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

Violência contra idosos

Carlos Eugênio

12//2/20/0

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Violência contra idosos

Carlos Sombra

 

     Em certa altura da vida, o corpo já não atende mais os desejos da alma. O cansaço no olhar, as rugas na face sossegada e as mãos calejadas do trabalho, são marcas de quem sacrificou uma vida, para contribuir com o bem estar da família e o desenvolvimento do país. O que muitos chamam preconceituosamente de velhice é na verdade o acumulo de experiências, de quem trilhou caminhos que muitos jovens não terão a oportunidade de trilhar. Velho é o preconceito que habita o âmago de muitos jovens, com julgamento depreciativo e analises tendenciosa, por ignorância, falta de conhecimento ou maldade.   

 

     Nessa fase, é chegado o momento da família e do Estado retribuir toda dedicação dispensada em uma vida de empenho. Entretanto, por mais absurdo que possa parecer, os dados estatísticos mostram uma crescente evolução de descasos e violências contra idosos. Um quadro que precisa ser modificado o mais breve possível. Debater o tema abertamente com a sociedade organizada e promover campanhas educativas, são medidas que devem ser tomadas para mudar esse paradigma social. A sociedade precisa ficar atenta, e repudiar veementemente todos os casos de discriminação contra idosos.

 

     Em uma sociedade de bases capitalista, as pessoas valem o que produz. A força do poder aquisitiva é preponderante nos meios sociais. Até quando essa triste filosofia de vê a vida vai predominar? O ser humano precisa ser valorizado em sua essência. Essa forma de pensar nega a espiritualidade, que por sinal, anda muito esquecida no mundo contemporâneo. A visão de valorização da pessoa idosa por sua história, sabedoria, conhecimento empírico, contribuição à família e a comunidade, precisa ser fortalecida urgentemente. Quem trilhou caminhos espinhosos, enfrentou barreiras intransponíveis e navegou em águas turbulentas, superando situações conflitantes, tem muito a ensinar. Uma sabedoria que não pode ficar adormecida no baú do tempo.

 

     A violência contra idosos deve ser repudiada em todas as suas configurações. Ela se manifesta de modo estrutural, interpessoal e institucional. Em ambas as formas, o preconceito está à frente das manifestações de opressão. A família deixa de cumprir o seu papel, a sociedade descriminaliza e o Estado constituído o abandona a própria sorte. Até quando vamos aceitar essa tétrica realidade e ficar na inercia? Provavelmente até chegar o tempo de sermos a vitima da vez. Mas, poderá ser tarde demais para lutar contra tamanha injustiça. Chegou a hora de a sociedade fazer uma reflexão e agir com prudência e responsabilidade, para mudar esse quadro que envergonha a nação.

 

     A violência contra idosos, na forma estrutural, ocorre pela desigualdade social. Naturaliza-se nas manifestações de pobreza e miséria, difundida em cada recanto desse país. Enquanto a interpessoal, pode ser caracterizada pela falta de amor e respeito do ser humano contra si mesmo. Estar presente nas relações cotidiana, na falta de respeito com a vida. Já, a forma institucional, diz respeito à omissão do poder público. Consiste na incompetência das gestões, em garantir uma politica social eficaz.

 

     As violências contra idosos vão desde as negligências, abusos psicológicos, abandono ou negligencia dos familiares, abusos financeiros, até a violência sexual e física, em alguns casos levando-os a morte. Postura repudiante contra pessoas indefesas e sem poder de reação. Chega dessas atitudes que escandalizam a sociedade e envergonha o país. O Estado tem por obrigação agir energicamente em desfavor de quem pratica essas ações contra a vida. Por outro lado, tem que cumprir o seu papel com políticas públicas que proporcione segurança, respeito e justiça social, a quem tanto contribuiu com o crescimento do país. “O intervalo de tempo entre a juventude e a velhice é mais breve do que se imagina. Quem não tem prazer de penetrar no mundo dos idosos não é digno da sua juventude...” (Augusto Cury).

 

 

Carlos Eugênio Sombra Moreira

Professor e Escritor

 

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

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