Prelúdio eleitoral

Carlos Eugênio

12//2/05/0

Os ajustes caminharam a passos lentos para o inicio da batalha. Enquanto alguns se fortaleceram pelo poder de articulação, outros perderam forças em razão da inabilidade de somar. O embate eleitoral promete. E que este venha de forma ordeira e responsável. As cortinas dos subterfúgios políticos abrem-se ao povo. Acordos feitos nos bastidores, no cair da madrugada, são anunciados ao eleitor. Muitos aliados de ontem já não são os de hoje, e certamente, os que atualmente caminham lado a lado, não serão os de amanhã. Essa é a forma de fazer política. As ideologias se afinam e engrossam fileiras. É chegada a hora de botar a popularidade a prova.

Fogos anunciam a largada eleitoral, no alvorecer. O entusiasmo de alguns, o fanatismo de outros, e a arrogância de muitos, serão pontos preponderantes na luta pela conquista do poder. O alvo no momento é o voto. E que este, seja conquistado pelo domínio da palavra sincera, das metas a serem alcançadas, dos projetos expostos para apreciação do eleitor e de uma avaliação criteriosa do passado de cada candidato. O que já fez em prol da sociedade? Que grupo político o acompanha? É um exemplo de ética, moral e honestidade na vida pública? Estes questionamentos não podem ser esquecidos pelo eleitor consciente de seu dever com a pátria.

Os rojões cortam o céu, de cada município, e ditam a marcha da eleição. Enquanto os corações se afligem na incerteza da vitória, o desejo maior é que vença aqueles de bons propósitos. Os imbuídos da vontade de servir, sem olhar a quem. Os que trazem, impregnado na alma, a capacidade de gerenciar os designíos de um povo que clama, desoladamente, por justiça social.

Nossa gente já não acredita mais no ser humano. Essa descrença na classe politica é prejudicial ao país. Foram os políticos que disseminaram esse ceticismo, com atos de corrupção, salvem-se as exceções. Chegou a hora de fazer diferente! Para isso, o eleitor tem por obrigação expelir da vida pública todos àqueles que ludibriaram sua confiança. Candidatos com novas ideologias, que pense e faça política de forma diferente, poderá ser uma excelente opção. Precisamos renovar os personagens dessa história.

Alianças são anunciadas com fogos artificiais. A população se agita e os tambores do cenário político vibram, com o prelúdio da campanha nas ruas. Pré-candidatos são apenados por decisões externas. Causando surpresa perante seu eleitorado. Nessa guerra, para muitos, usar todas as armas que estão ao seu alcance é valido. Cuidado com esses tipos de candidatos! Que usam de suas influências, para manipular apoio a sua candidatura. São fascinados pelo poder. Capazes de vender a própria alma para alcançar seus objetivos. A hipocrisia e a prepotência são características que acompanham sua vida pública. São donos de falsas verdades. Anunciam sua capacidade como se fossem salvadores da pátria. Trilham o limite da opressão e são inimigos da democracia.

Enfim, as convenções. Sorrisos mascarados, em meio aos sinceros e verdadeiros. Difícil escolha! Foguetes cortam o horizonte, levando um colorido aos olhos de quem acompanha a festa. No primeiro contato com o povo, aquele que causa maior barulho e consegue concentrar mais adeptos, impressiona o eleitorado. É a filosofia da primeira impressão. Mas na politica, assim como num rio corrente, as águas renovam-se constantemente. O cenário transmuta em cada instante. Das convenções até o dia da eleição, as peças do tabuleiro político irão ocupar diversas posições no jogo eleitoral.

Campanhas nas ruas. A decisão fica a mérito da sabedoria popular. Que as paixões políticas sejam esquecidas em benefício do bem comum. E os acirramentos fiquem a cargo das propostas. A corrida pelo voto inicia-se. A ansiedade aumentará à medida que o tempo for passando. Tem-se muito campo a ser desbravado ate a reta final. A força do dinheiro não pode ser um ponto decisivo nessa escolha tão importante. As nuanças do período pré-eleitoral serão significativas no decorrer de todo o processo. A sorte está lançada. Que o eleitor seja hábil bastante para escolher o trigo entre os joios.

Carlos Eugênio Sombra Moreira

Professor e Escritor

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