SONHOS RENOVADOS

Carlos Eugênio

12//2/27/0

Sonhos renovados

Carlos Sombra

Todo inicio de ano renovam-se os sonhos. Especialmente, em um país que castiga seu povo com as injustiças sociais. Pautada, sobretudo, na desigualdade da distribuição de renda, falta de estrutura nos setores de saúde, baixo investimento na educação e segurança. É perfeitamente compreensível, que no raiar do sol de um novo ano, o coração encha-se de esperança. Essa confiança flui na contagem regressiva e estende-se por alguns dias, até a realidade bater a porta. E mostrar que o sonho acabou.

Para os poetas, o sonho jamais pode acabar. A quimera deve existir para fazer brotar em sua alma, o desejo de viver. Mas, o mundo não gira em torno da poesia nem muito menos da literatura. Embora, esta seja fundamental na evolução cultural de qualquer nação. Os problemas que o povo enfrenta no cotidiano, fogem a premissas surreais e vão de encontro a uma tétrica realidade. Morre gente a míngua nos corredores dos hospitais a cada minuto, a violência predomina em todo o país, professores mal remunerados e uma educação pública de baixíssima qualidade. Não é mesmo possível manter a esperança viva por muito tempo.

Para o escritor Paulo Coelho, no livro “Ser como o Rio que Flui”, todo ser humano tem o direito a duas bênçãos: a de acertar e a de errar. No segundo caso sempre existe um aprendizado que o leva ao caminho certo, afirma o celebre autor. No que compete ao eleitorado brasileiro, não tem mais o direito de errar. Chegou à hora de dar um basta nas aventuras políticas. Não é admissível aceitar tanta corrupção e malversação do patrimônio público. O Brasil precisa ser pensado a partir de cada município.

O País exige amadurecimento do seu povo. Uma nova forma de ver as questões políticas e envolver-se com responsabilidade e idealismo. Chegou a hora de encontrar o caminho certo. Assumir atitudes diferentes. Este é o ano ideal de renovar os sonhos, avivar a esperança e resgatar a dignidade do Brasil, através do voto. De forma consciente. Exercendo a cidadania que uma pátria democrática proporciona aos seus filhos. Não é louvável renovar os sonhos a cada ano vindouro, e perder a esperança nas filas de um atendimento médico, no choro de uma criança que clama por um pedaço de pão para saciar sua fome. Ou até mesmo, nas lágrimas jorradas de uma família que perdeu seu filho para as drogas. E não fazer nada para mudar esse quadro.

O Brasil precisa, urgentemente, ser passado a limpo. Esse processo deve começar desde os mais longínquos municípios até as metrópoles. A sociedade brasileira não pode continuar na inércia, enquanto os bens públicos são assaltados e administrados em benéfico próprio. Que esse primeiro mês do ano seja de reflexão. O eleitor precisa entender que no perfil de qualquer candidato, ao cargo público, não pode faltar honestidade e capacidade administrativa. Princípio fundamental para aqueles que querem gerir o destino de seu povo.

A imprensa tem um papel de fundamental importância nesse ano eleitoral. Levar o eleitor a fazer uma reflexão sobre a sociedade que deseja deixar de herança, para seus filhos. Será que vale a pena sonhar e acreditar em uma pátria igualitária? Ou a esperança morreu no fundo do rio de águas fétidas da corrupção? Que o povo brasileiro tenha a sabedoria de separar o joio do trigo. E deixe fluir águas límpidas e puras que movem a esperança de dias melhores. Criando a concepção política, de que quando uma criança perde-se no mundo da marginalidade não basta culpar apenas o governo. Queiramos ou não, estamos fazendo parte desse processo de forma direta ou por omissão.

Carlos Eugênio Sombra Moreira

Professor e Escritor

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