COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

O CARRASCO CONTEMPORÂNEO

Carlos Eugênio

11//2/23/1

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O carrasco contemporâneo
Carlos Sombra



    Carrasco foi o nome atribuído ao funcionário que lhe era delegado o poder de execução em praça pública. Os fatos históricos mostram a figura de um ser encapuzado, que se tornou personagem assustadora na idade média. A intolerância a esse regime provocou profundas transformações. O tempo passou e a modernização trouxe em cena o carrasco contemporâneo. Ele ostenta o papel do líder democrático. Um disfarce para conquistar o poder através do voto. Pura dissimulação! Ao ocupar o poder, tira a mascara e mostra sua verdadeira face. Passa a usar de meios ditatoriais, para atingir seus devaneios políticos. A arrogância passa a ser uma prática constante. O carrasco do tempo moderno tem como alvo principal o funcionalismo público. Alguns gestores estão se tornando o algoz do trabalhador público brasileiro.

  As constantes greves, em todo o país, enfatizam uma tétrica realidade do setor público. As insatisfações com as condições de trabalho dos funcionários, principalmente nas áreas de saúde, educação e segurança, consiste em uma verdade inegável. Áreas precárias que prestam serviços de baixa qualidade. E o papel da sociedade nesse processo? Inerte! Salvem-se raros movimentos de apoio. Falta amadurecimento político ao nosso povo. Não conseguem perceber que as melhorias salariais e outras conquistas estariam beneficiando diretamente a cada família brasileira. Falta envolvimento social. Enquanto isso, os servidores são massacrados pela força governamental.

Em algumas situações os sindicatos estão mais comprometidos com os gestores, do que mesmo com a classe trabalhadora que deveria representar. Foi noticiado na imprensa, recentemente, o caso em que um presidente sindical precisou sair às escondidas da assembléia de trabalhadores. Por ter se prestado ao lamentável papel de advogado do diabo. A escassez de sindicalistas, que lutem pelos anseios da classe que representa é uma constatação preocupante. Se o sindicato, que consiste em um órgão legalizado, não demonstrar ser confiável. Em quem cada trabalhador e trabalhadora dessa terra podem confiar? Não dar pra entregar tudo nas mãos de Deus! É preciso agir com rigor diante da intolerância de verdadeiros carrascos do funcionalismo público.

  O carrasco do mundo contemporâneo não negocia com grevistas, embora, o direito a greve seja garantido por lei, pela constituição em vigor. Pratica a arte da ditadura em plena democracia. Baseando-se no propósito de perseguir seus liderados, no uso da força que representa o cargo que ocupa. Para fazer valer suas vontades. Em uma demonstração que o seu poder está acima da vontade do povo e das leis constitucionais. Negando que a democracia é um regime de governo em que, indiretamente, as decisões políticas devem fazer valer a vontade de seu povo. Mas, os anseios da população são atropelados pelos falsos lideres democráticos. Mais uma vez vem à tona o questionamento. Como reagi o povo brasileiro? De forma estática, pela falta de consciência política.

   Para Karl Marx não é suficiente apenas entender o mundo. Mas, transformá-lo, pois não é a consciência do homem que determina seu ser.  Segundo Max, é o ser social que habita cada um de nós que determina sua consciência. Talvez seja exatamente isso que esteja faltando a nossa gente. Deixar fluir esse ser social. Um ser que tenha capacidade de se indignar. De envolver-se em questões que tratam o bem comum. Revoltar-se contra as injustiças e agir. Começando por excluir da vida pública, através do voto, os carrascos contemporâneos. Aqueles que ignoram as necessidades dos trabalhadores públicos, que tanto promovem o crescimento dessa injusta pátria chamada Brasil.



Carlos Eugênio Sombra Moreira
Professor e Escritor

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

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