COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

UTOPIA SOCIAL

Carlos Eugênio

11//2/16/1

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Utopia social


     Desde os tempos mais remotos que a sociedade anseia um sistema social igualitário. Para Karl Marx em uma sociedade ideal não haveria diferença de classes. Sua teoria encontra-se nas obras “O Capital” e “Manifesto do Partido Comunista”. Segundo Marx, somente quando o proletariado controlasse a estrutura produtiva, seria capaz de mudar a sociedade acabando assim com a exploração. No seio da teoria marxista encontra-se o trabalho. Ele o considerava a expressão da vida humana, pois através do trabalho o homem poderia transformar a si mesmo. O marxismo consiste em uma teoria política e social do mundo clássico.
     Com o advento do mundo moderno veio à transmutação social. Diversos inventos científicos transformaram a sociedade. As novas tecnologias chegaram com perspectiva revolucionária. E as utopias sociais também mudaram? Não, as lutas são as mesmas. Basta observar os preconceitos raciais, a predominância da classe abastada em detrimento dos humildes trabalhadores, a batalha pela preservação ambiental e as campanhas de combate a fome e a miséria em diversas partes do mundo. Portanto, os tempos são outras, mas ainda convivemos com anseios sociais primitivos.
     A presidente Dilma Rousseff recentemente anunciou o programa “Brasil Sem Miséria”. O objetivo é tirar da pobreza extrema cerca de 16 milhões de pessoas que vivem com uma renda inferior a R$ 70,00 por mês. Foi anunciado um orçamento anual, até 2014, em torno de R$ 20 bilhões. Entre outras ações, esse plano agrega transferência de renda, acesso a serviços públicos nas áreas de educação, saúde, assistência social, saneamento e inclusão produtiva. Seria mais uma utopia social? Não podemos perder a fé na sensibilidade humana. Em cada um de nós está impregnada no cerne, a sede de justiça. E, esta consiste, em alimentar a esperança de dias melhores.
     Avalio o programa de combate a miséria extrema por duas vertentes. A primeira consiste na hipótese dos investimentos serem direcionados aos seus fins. Nesse caso, as pessoas carentes seriam realmente beneficiadas, e alcançariam outro patamar social. Portanto, os objetivos seriam atingidos. Entretanto, não posso descartar a possibilidade dos recursos caírem nas contas bancarias de políticos inescrupulosos. Sanguessugas que se aproveitam da posição que ocupam, para beneficiar-se com o patrimônio público. Corruptos que roubam o dinheiro da nação e surrupiam a esperança de um povo.   
     Qual entre as duas via o nobre leitor apostaria? Não tenho o direito de ser pessimista. Mas, temos exemplos suficientes para desconfiar dos nossos representantes, salvem-se raras exceções. Atos ilícitos reverberam as manchetes dos jornais em diversos pontos do País. Uma fonte de água fétida jorra no coração do Brasil. Aumentando a responsabilidade do eleitor ao escolher seus mandatários. Acreditar que podemos banir todos os corruptos da vida pública seria mais uma utopia. Mas, se o eleitor for criterioso em suas escolhas estará prestando um exímio serviço à pátria e beneficiando a si mesmo.
     O termo utopia foi criado por Thomas More. Seu significado geral consiste na ideia de civilização ideal. O "utopismo” baseia-se na concepção da idealização, não somente de um lugar, mas também um futuro de forma fantasiosa, adversa ao mundo real. Um povo pode viver sem suas utopias? Não. Uma nação precisa buscar no imaginário motivos que possam gerir seu mundo concreto. Entetanto, algumas açães como a quebra de compromisso por parte de muitos polítocos vem deixando a população incredula. A indignação social é imensa. Onde estão as reservas éticas desse País? É inegavel que os agentes da Policia Federal vem fazendo um excelente trabalho, em conjunto com o Ministério Públuco. A presidente Dilma não tem medido esforços para banir do seu governo aqueles que aventuram-se em assaltarem os bens público. A intolerância contra a corrupção virou questão de sobrevivência.
     Para que o  programa “Brasil Sem Miséria” não venha tornar-se uma utopia é imprescindível que estados e municípios engajem-se nessa luta. Aplicar com responsabilidade os recursos, é essencial. Outro fator importante compete as autoridades que tem o papel de fiscalizar o destino do dinheiro público. A imprensa poderá também, ser grande parceira nessa luta. Por último, cabe a cada cidadão e cidadã dessa pátria abandonar o comodismo. Chamar a responsabilidade para si é um papel social. Lembrem-se que ao depositar seu voto está plantando a semente que germinará os frutos            do porvir de seus filhos, netos e de toda a família. Uma escolha errada implica em perdas inreparáveis. Somente através do voto consciente o Brasil tornar-se-á um país que transforma em realidade, a quimera e os anseios de seu povo. 



Carlos Eugênio Sombra Moreira
Professor e Escritor

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

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