COLUNISTAS / CARLOS EUGÊNIO

DISSEMINAÇÃO DA DROGA

Carlos Eugênio

11//2/13/1

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 As drogas ilícitas transpuseram as fronteiras das grandes metrópoles e chegou aos mais longínquos recanto desse País. Deixaram de ser um objeto de devaneio dos artistas tresloucados e vulgares, roqueiros inconsequente e medíocres. E, passaram a fazer parte de uma tétrica realidade cotidiana de todas as classes sociais. Portanto, transformaram-se num problema de saúde e segurança pública nacional. Reportagens mostram que a cocaína, o crack e, mais recentemente o oxi, tornaram-se mercadoria comercializada em qualquer esquina. O narcótico alastrou-se pelo Brasil feito erva daninha, causando malefícios irreparáveis às famílias brasileiras.


     A droga escraviza o corpo e surrupia a alma. Especialistas afirmam que o psicotrópico, ao alcançar o cérebro, estimula a liberação de uma dose extra de um neurotransmissor, provocando as sensações de prazer. À medida que o uso vai se prolongando o organismo do usuário busca adequar-se a esse hábito. Na verdade, o cérebro adapta seu próprio metabolismo para sorver os efeitos da droga. Criando-se, portanto, uma contemporização ao tóxico. Assim, uma mesma dose já não causa a sensação das doses anteriores. Fazendo o usuário aumentar a quantidade para obter o mesmo efeito. Como o psicotrópico imita as ações dos neurotransmissores, o cérebro deixa de produzi-los. A droga se integra ao funcionamento normal do órgão.


     O que leva uma pessoa a usar drogas? A busca pela sensação de prazer, fuga das situações difíceis e o anseio por uma liberdade utópica. Caminho errado para pretensões tão nobres. Ilusão de uma mente perturbada que precisa de ajuda. Vale salientar, que esses não são os únicos motivos. A curiosidade pelas sensações que os “colegas“ relatam sentir e a necessidade de ser aceito pelo grupo de “amigos“, também é um fator preponderante. Em geral, o primeiro contato com os entorpecentes costuma ser casual. Entretanto, poderá ser um caminho sem retorno.


     A droga é um caso de saúde pública e uma questão social. Causa imensos efeitos comportamentais: perda da noção de tempo e espaço, coordenação motora diminuída, falhas nas funções intelectuais e cognitivas, ideias confusas, alucinações, ansiedade, angustia e incapacidade para o ato sexual.  É uma moléstia que não escolhe classe ou etnia. Todos podem ser vitima desse mal que dizima milhares de jovens e desintegra famílias. Os males que a propagação do narcótico provoca a sociedade são irreparáveis. Corrompem crianças e adolescentes levando-os para a marginalidade e um porvir inerte. Um viciado não tem vida. Pois, não consegue gerir seus desejos ficando arrelia da própria sorte.


     Os jovens brasileiros estão iniciando o uso das drogas cada vez mais cedo. Psicólogos constatam que a iniciação ocorre entre 12 e 13 anos. Qual o papel da escola e da família para amenizar esse quadro? O que leva crianças e adolescentes a torna-se ou não um dependente químico? Um estudo norte-americano publicado no Jornal (AMA) American Medical Association, um dos maiores jornais de medicina, revela dados importantes: os cientistas concluíram que os jovens que têm ligações emocionais fortes com seus pais e professores, apresentam uma probabilidade menor de utilizar drogas. Portanto, a escola em parceria com a família são insignes agentes de formação da personalidade humana, podendo contribuir com a prevenção dos entorpecentes. Mas, o Estado não pode ficar alheio a essa luta. Agir rigidamente contra o tráfico, investir em campanhas educacionais de prevenção, e clínicas especializadas em recuperação de dependentes, consiste em algumas medidas que precisam ser intensificadas. Não podemos deixar a juventude arrelia da própria sorte.


     A disseminação da droga é um fato incontestável. Eclodiu a barreira dos grandes centros urbanos. A necessidade de implantar uma política de combate é urgente. Municípios do interior cearense choram a perda precoce de seus filhos para a marginalidade, devido aos maléficos dos entorpecentes. Cidades do Vale do Jaguaribe requer um olhar especial por parte do poder público. Implantação de centros de apoio aos viciados e conscientização dos jovens, faz-se necessário. Que alguma autoridade sensibilize-se com o clamor das famílias vitima do tráfico, e levante essa bandeira.


     Vejo os manifestos e as declarações a favor da liberação da maconha como um ato de apologia ao crime. Não podemos confundir democracia com libertinagem. O seio da família brasileira está sendo afetado pela propagação das drogas. Aos olhos da sociedade e aos ouvidos de mercador do poder constituído, cidadãos e cidadãs choram lágrimas de sangue. Seja pelo tormento de ter um drogado em casa ou pela perda de entes queridos, para o império da violência. Qual o preço de uma vida? A vida não deve ter preço. É uma dádiva divina que as instituições têm por obrigação preservá-la. Que as lágrimas jorradas pelo abandono reguem ações concretas. E, venham fluir no coração de cada brasileiro para renovar a esperança de um novo horizonte.

 

 

Carlos Eugênio Sombra Moreira
Professor e Escritor

Carlos Eugênio

Nasceu em Russas - CE. Graduado em Português Licenciatura Plena pela Universidade Vale do Acaraú; (UVA), Especialista em Ensino da Matemática e Física pela Faculdade Vale do Salgado (FVS). Professor, colunista do Jornal Correio de Russas e da TV Russas.

Carlos Eugênio

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