COLUNISTAS / AIRTON MARANHÃO (IN MEMORIAN)

Lenine Meireles a Serviço de Moscow

Airton Maranhão (in memorian)

12//2/27/0

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com todas as expressões de louvores, estima e respeito homenageio esse nosso ex-militar do Exército Brasileiro, pela revelação dos mais legítimos valores morais da conduta humana. Com honraria de título de honrosíssimo cidadão digno da honradez aos princípios constitucionais, pelas lições de civilismo e pela patriótica fidalguia de seu comportamento que merece como galardão de bravo filho de Russas, os mais elevados elogios por sua formação cultural. Com todas as qualidades de homem correto e justo de dintição sublinhada. Ao humilde russano merece todas essas palavras por fazer magnificamente jus pela retidão de sua conduta, com festejos comemorativos de honrar a pátria com lealdade. Diante dessa grandeza de personalidade, vem indignado esse subscritor, ao devotamento que tem a todos os filhos de nossa terra, que são honestos e que não mentem para o nosso povo. Que não traem a nossa gente. Que não se apropriam do erário dos russanos. E ainda mais, contra a mais alarmante injustiça feita pelo Exército Brasileiro, ao nosso ex-militar, 3º Sgto. das supramencionadas Forças Armadas, o hoje jornalista Lenine Meireles Perdigão. O que se confirma com a veracidade dessa história que se conta a seguir: Com o golpe da Revolução de 1964, que encerrou o governo do presidente João Goulart, conhecido como Jango, teve início o regime militar que durou até 1985, quando foi eleito o primeiro presidente civil, Tancredo Neves. Lenine, nesse período, sofreu um dos maiores atos de injustiça e traição estabelecidos por esse regime de crueldade, prisão, tortura e assassinato, que partiram das mãos profanas da cúpula militar sanguinária do nosso país. Contra o jornalista Lenine Meireles Perdigão, hoje  membro da Academia Russana de Cultura e Arte–ARCA, quando à época era 3º Sgto. do Exercito Brasileiro. Sobre violenta ameaça e coação, Lenine foi perseguido, preso, torturado e afastado do Exército, quando já completava doze anos de carreira militar, sem nenhuma mancha negativa na sua ficha funcional, somente por que no seu prenome continha o malvisto nome do revolucionário do Partido Comunista, considerado um dos mais importantes líderes da Revolução Russa, Vladimir Ilitch Lênin, ou Lenine. Que por conta dessa coincidência, os militares ditadores concluíram, na época, que o 3º Sgto. Lenine Perdigão tratava-se de um perigoso revolucionário infiltrado dentro do Exercito Brasileiro “a serviço de Moscow”, na qualidade de ativista marxista-leninista, porta voz do comunismo. Que quando, após a deflagração do golpe militar, Lenine Perdigão foi preso na manhã do dia 15/05/1964, por um grupo de agentes de seu próprio quartel, conduzido por lugares estranhos, por várias horas, até a um local ignorado, mantido incomunicável, para depois ser colocado em uma das celas do CPOR – Unidade do Exército da Av. Bezerra de Menezes, em Fortaleza-Ce. Transferido posteriormente para o 23º Batalhão de Caçadores, onde foi exaustivamente interrogado por diversas vezes. Sem direito a advogado de defesa, foi indiciado ao 1º IPM da Subversão no Ceará, onde ficou preso e isolado por 32 dias, nos cárceres da Ditadura Militar. Assim, sem cometer nenhum crime, ainda mais para quem pretendia findar a sua vida honrando a carreira militar, preso injustamente por ser tachado de ser um agente revolucionário “a serviços de Moscow”, simpatizante subversivo da Revolução Russa, simplesmente porque o seu pai o batizou com o nome de Lenine, amargou frustrações e indignações profundas. Para quem não participou em movimento revolucionário, organização terrorista, nem foi guerrilheiro e nem extremista, por 16 anos a sua vida foi perseguida e devassada pela sanha grosseira da arapongagem do SNI. Lenine Meireles, mesmo como jornalista, nunca se arvorou de atrevido publicista, comunista ou subversivo. E como um simples russano, pequeno, franzino, calmo, digno de fé, fenômeno humano e social, estabelecido em um apoio real de legítimo direito de escolha de militar que honrava a sua brilhante carreira, jamais estaria “a serviço de Moscow”. Poderia estar a serviço de Russas, terra dos padres, das freiras, dos músicos e das mulheres bonitas. Terra de gente religiosa, honesta e hospitaleira, distante dos charcos dos comunistas, revolucionários e subversivos. Lenine Meireles Perdigão, que não se escondia atrás de codinome algum, não usou a insígnia leninista, mas injustamente, perdeu a patente de probo militar do Exército Brasileiro. Tudo por conta da mais terrível afronta ocasionada pelos torturadores da infame ditadura militar brasileira, a chamada Anos de Chumbo.

 

Airton Maranhão

Advogado Escritor

Membro da Academia Russana de Cultura e Arte – ARCA

Airton Maranhão (in memorian)

.Originário de Russas – CE. Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza – Unifor, advogado militante da Comarca de Fortaleza, e romancista. Livros publicados: Deusurubu, Admirável Povo de São Bernardo das Éguas Ruças. Romances: A Dança da Caipora, Os Mortos Não Querem Volta e O Hóspede das Eras. Membro da ARCA – Academia Russana de Cultura e Arte.

Airton Maranhão (in memorian)

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