COLUNISTAS / AIRTON MARANHÃO (IN MEMORIAN)

Jornalista Francisco Gomes Segundo

Airton Maranhão (in memorian)

12//2/05/0

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Muitas pessoas vivem nesse mundo sem nunca ser iluminadas por uma simples faísca de lembrança. Sai da terra natal, sem procurar a auto-afirmação nem o autoreconhecimento pelo que faz e cresce no potencial de difícil atividade e como profissional de sucesso pode ser esquecido no maravilhoso mundo de sua província. E foi assim que ascendeu na Capital cearense, um filho de Russas, com seu idealismo de uma biografia brilhante, destacando-se por sua competência profissional jornalística com reconhecimento de seu talento único na trajetória de revisor de texto. A revisar os livros do padre Pedro de Alcântara, do contista Otacílio Colares,... desse escritor Airton Maranhão... e tantos outros.  Falamos de Francisco Gomes Segundo, jornalista profissional, revisor de textos, jornais, livros e revista, articulista dos jornais de Fortaleza, onde por 35 anos militou de maneira ininterrupta na imprensa cearense. Na época em que os meninos brincavam de mão-no-bolso, de cabra-cega, de jogar bola de pano, soltar raia e acompanhar o palhaço do circo, um desses meninos revelou a este articulista uma de suas grandes alegrias: Tomar banho nas bicas de boca de jacaré da Rua Dom Lino e nadar no Poço do Velho André nas cheias do rio Araibu. Esse menino que vendeu verdura no mercado velho, entregou nas residências de Russas, tapioca e mungunzá, que seus pais, seu Deco e dona Raimunda faziam com muito orgulho, esse menino foi aluno da professora Rocilda Leitão e do educador padre Cabral, com destaque de que no futuro de sua existência não iria esquecer o fabulário da infância e da adolescência, tornou-se uma verdadeira relíquia para Russas com a arte dimensional do olhar microscópico de revisor extraordinário, ao revelar a polidez da linguagem real, superior, correta e perfeita. Que se adaptando ao perfil de suas habilidades pessoais, conseguia ver com minúcias os erros, as incertezas e as indecisões nos textos contínuos sem horizonte e mal redigidos. Com precisão das regras do conhecimento dos dicionários e dos compêndios gramaticais. A esquadrinhar a palavra devida na iluminação do fazer, do sonhar, do escrever e do pensar do narrador. No trabalho estafante do malversar exclusivo e solitário na livre expressão de liberdade individual, a desvelar a palavra sem banir a linguagem, sem mudar o texto e as idéias do autor. Esse desbravador da feitura das palavras e da escrita é o respeitadíssimo russano Francisco Gomes Segundo (Francélio), que na oralidade temática da profissão mais espetacular do mundo, atuou como profissional a trabalhar em todos os jornais de Fortaleza, na área de comunicação e do jornalismo na Capital cearense. Com longa experiência profissional é considerado como o mais famoso revisor de todos os tempos no Estado do Ceará. E permanecendo mais tempo no jornal O Povo, 26 anos; teve cinco mandatos de Diretor do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará, foi líder classista na Imprensa Oficial, 22 anos, onde foi chefe da revisão por duas vezes, com duplo mandato de presidente da ASSIOCE – Associação dos Servidores da Imprensa Oficial do Estado do Ceará. Entre seus grandes amigos de jornal destaca o poeta Rogaciano Leite, autor de Cabelos Cor de Prata, gravado por Sívio Caldas, os jornalistas Demócrito Rocha e Branchar Girão. Com essa iluminada profissão que abraçou de modo inigualável bateu o recorde de revisar mais de dois mil livros, quando trabalhava na Imprensa Oficial do Ceará e em várias gráficas de Fortaleza. Embora que escolhido com a verdadeira vocação para o jornalismo e para com a compreensão textual, atuou como profissional da imprensa com passagem marcante por seis jornais em Fortaleza: O jornal O Povo, Correio do Ceará, Unitário, Tribuna do Ceará, Gazetas de Notícias, O Estado e o jornal Meio Dia, além de colaborar com o nosso jornal Correio de Russas. Também atuou na Imprensa Oficial onde foi revisor do Diário Oficial e do Diário da Justiça, além de Gráficas de Fortaleza. Publicou centenas de artigos nos jornais de Fortaleza, dezenas deles falam do seu município, Russas e de seus heróis, que foram Zé do Veloso, beque famoso da Seleção russana, campeã do Intermunicipal de 1955, o malandro sábio Zé do Canário, o Boêmio Zé da Onça e como intelectuais, o professor de inglês padre Francisco Cabral de Amorim e o professor de história Fábio Ramalho de Alarcon e Santiago, sem esquecer as professoras Gilvanise Pontes e sua irmã Vilani Lima. O jornalista Francisco Gomes Segundo resistiu entre os melhores profissionais que nunca se renderam à magia oculta dos erros da grafia e das palavras. Como se diz, polindo as palavras numa decoração de técnicas especiais, juntando uma com as outras, fazendo surgir à alma dos castelos, das personagens e da linguagem do seu autor, mais além do que um escritor ou de quem escreveu. Como dizia Dostoiewski, o gênio da literatura universal: “Para escrever bem é preciso, sofrer, sofrer”. A mente criativa de um revisor enxerga claramente uma vírgula errada num pensamento que sonha demais sem visões e expoentes. Com apenas uma visão de como são as palavras com as suas potencialidades e como elas devem se comportar nos devidos lugares em cada texto, em cada linha, em cada página, como se acende um fósforo, como se expressa uma idéia, como se abre uma lareira ininterruptamente para encontrar uma só razão, uma só finalidade, a escrita correta e perfeita. Assim se trabalha com as palavras um revisor sem pensar na exaustão solitária do exercício profissional, como parte importante e indispensável de como representa a realidade e a importância de se fazer um trabalho como verdadeira obra de arte.                                                                          

 

 

Airton Maranhão 

Advogado e Escritor

Membro da Academia Russana de Cultura e Arte – ARCA 

Airton Maranhão (in memorian)

.Originário de Russas – CE. Formado em Direito pela Universidade de Fortaleza – Unifor, advogado militante da Comarca de Fortaleza, e romancista. Livros publicados: Deusurubu, Admirável Povo de São Bernardo das Éguas Ruças. Romances: A Dança da Caipora, Os Mortos Não Querem Volta e O Hóspede das Eras. Membro da ARCA – Academia Russana de Cultura e Arte.

Airton Maranhão (in memorian)

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