Intolerâncias

Hildeberto Aquino

12//2/24/0

A Constituição Federal - lei maior do País e prevalente sobre as demais preceitua no seu Art. 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; é inviolável a liberdade de CONSCIÊNCIA e de CRENÇA, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.” Ponderemos, observemos e cobremos com consciência, equilíbrio e sem radicalismo o que aqui está prescrito!

Percebe-se que três grupos estão sempre em evidência nesta celeuma – Negros, Homossexuais e Religiosos. Não só pela intolerância entre si e, em muitos casos, até violências praticadas aberta e assumidamente contra eles, quanto também decorrentes das tentativas dos mesmos de querer impor à população as suas condições peculiares como se verdades absolutas fossem. Disso decorrem conflitos graves como se tem vivenciado e noticiado. Uns tomam as normas constitucionais como regras absolutas, mas que só favoráveis a eles próprios. É o caso de crentes e dos incrédulos. Ambos merecem respeito e nada, absolutamente nada que não a fé, garante quem está estar certo ou errado. É questão de opção cidadã e isso o artigo retro mencionado garante. Somos livres para decidir sobre nossas vidas. Isto nos reporta à Irlanda Norte onde cidades são dividas por barreiras e portões com cadeados porque Cristãos e Protestantes, incongruentemente, não se toleram e se matam. Esquecem que, no meio e, para os que creem, existe Deus. E, se se dizem filhos de um mesmo Deus, são também irmãos e deveriam se não amar uns aos outros pelo menos aceitar a convivência pacífica, cada um na sua preferência.

Já sobre os homossexuais que, corretamente, não toleram a homofobia, também deveria haver moderações ou então estariam se demonstrando tão intolerantes quanto os que não os aceitam. Que não se façam de casos isolados motivos para arregimentar multidões, ou se demonstrando eternar vítimas. Que denunciem todos os casos, um a um e tão logo impetrados, para que os faltosos sejam punidos exemplarmente. Este é o procedimento comum e ordeiro.
Do nosso humilde ponto de vista o que deveria realmente ser considerado, prevalecer, ser perseguido em todos os casos referidos, seria a competência individual, ainda que mais dificultada para determinados grupos, mas que superável pelo esforço individual, e a estrita observância das leis que são comuns e sem que nenhuma das partes possa excedê-las ou desconsiderá-las, sob pena de se tornar o infrator. Ninguém é obrigado a aceitar o que o outro tenta nos impor, mas também a recíproca é verdadeira ao não se tentar obrigar aos outros as nossas fés ou comportamentos sociais. Um grupo que tentar se estabelecer pela força jamais será bem aceito e instável tornar-se-á, restando sempre sequelas que a todo instante ressurgem e desestabilizam suas frágeis estruturas.

Tolerem-se, respeitem-se e não tentem se fixar quanto mais com troca de agressões mútuas ou pela intransigência e intolerância, mas por demonstração de atos nobres, por argumentos convincentes e voltados para o próximo. E isto é possível! Só estamos realmente certos quando respeitamos o ponto de vista do outro, sem necessariamente segui-lo enquanto livres que somos para determinar nossos desígnios.

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

hildebertoaquino@yahoo.com.br
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"Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem! Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um ABMUDO. "
(José Hildeberto Jamacaru de AQUINO)
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