COLUNISTAS / HILDEBERTO AQUINO

A FRAGILIDADE DA ECONOMIA MUNDIAL

Hildeberto Aquino

11//2/31/1

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(Maior crise do capitalismo nos últimos 80 anos)
 

           Sem fazermos uso do linguajar economês tão pedante, mas sempre em uso, em especial em época de crises e do qual os “entendidos” recorrem e abusam, e mesmo porque leigo que somos e apenas paciente que nos tornamos, como tantos, tentamos externar o nosso despretensioso posicionamento de forma simplificada, inteligível, acerca de tão complexo tema.


       Mas o que nós do interior, das pequenas cidades temos a ver com isso, perguntarão. Respondemos: Tudo! Respinga sempre nos mais fracos e muitas vezes não temos a consciência disso, apenas pagamos um alto preço.

       A economia mundial, globalizada, assemelha-se a uma casca de ovo de tão frágil e manipulável que se demonstra. O sistema oscila conforme conveniências de bandos de especuladores e banqueiros. Por exemplo: Basta que um grupo de obscuros integrantes de uma agência de risco qualquer resolva, por critérios ou interesses quais sejam, rebaixar a cotação de papéis relativos a dívidas de alguns países, que a economia mundial fica em polvorosa, desaba. Em todo o globo as famigeradas bolsas caem vertiginosamente e beiram o colapso. Isto só momentaneamente - enquanto fazem o jogo de esperteza, cremos. Nota: (Um estudo acaba de ser lançado pela University of St; Gallen, da Suíça; Segundo os pesquisadores, operadores do mercado são mais “temerários e manipuladores” do que os psicopatas. Fonte: Política/Pesquisa - Carta Capital).  E esse artifício atinge não só países de supostas economias sólidas como também, e com mais intensidade, os que lutam para alcançar seus espaços na economia mundial – os eternos pagadores da conta, nós.

       Algo curioso nos desperta a atenção e não entendemos ou fingimos não entender: Por que os bancos centrais que estão apenas a serviço da facção política da situação são os últimos a saber, ou simulam não saber, que determinada instituição financeira está sob risco iminente de quebra? Por que não há uma fiscalização prévia, profunda, em cada dessas instituições? O que verdadeiramente há por trás? Por que bancos não podem quebrar se são estabelecimentos comerciais iguais aos demais? Por que se tem que injetar dinheiro público, inclusive de países como o Brasil (via FMI), em bancos falidos? A recapitalização dos bancos europeus, por exemplo, é estimada em torno de 110 bilhões de euros. Por que todo o patrimônio, considerando-se inclusive as instalações nababescas não lhes garantem parte ou total das dívidas? Por que os dirigentes não deixam de receber bônus e outras regalias e por que seus patrimônios pessoais não empenhados visto que sabemos que bancos quebram, mas banqueiros mantêm-se abastados e minimamente são alcançados? Por que se pagam ainda dividendos aos acionistas? É o jogo dos espertalhões e que tentam e até então têm conseguido nos iludir. Atentem que os ativos dos bancos – dinheiro – já são do povo que ainda paga, e caro, para mantê-los nesses estabelecimentos e, quando necessitamos, temos que pagar juros escorchantes para nos remediar com o nosso próprio dinheiro, por vezes. A classe média brasileira paga mais imposto que os bancos. Trabalhadores pagaram, na fonte, 9,9% da arrecadação federal/ano, segundo o SINDIFISCO, só com Imposto de Renda. Já as entidades financeiras contribuíram apenas 4,1%, com o pagamento de quatro tributos.

       As consequências da crise que já perdura por cinco anos são trágicas e quem também padece é o povo que já espoliado, arca mais uma vez com o ônus pior, assistindo medidas impopulares serem cogitadas ou oportunisticamente implementadas. Uma especulação em cima de outra. Isto implica em perdas gerais, inclusive de direitos. Focam a previdência social; não concedem reajustes salariais a funcionários públicos (eternas vítimas); aumentam impostos etc. Dizem-nas medidas de “imperiosa necessidade de adoção”, como providências cautelares de contenção de gastos, embora saibamos que por outro lado esbanjam despudoradamente. É o jogo político-econômico oportunista e desumano.

       Pelo que consta a economia dos países “rebaixados” necessita de pelo menos dez a 15 anos para se recuperar. Enquanto isso se impinge castigos que são resultantes da incompetência dos governos e da precária estrutura da economia mundial, essa cada vez mais fragilizada a demonstrar que o atual sistema e suas teorias faliram necessitando de um novo repensar, de uma nova ordem econômica. E seria possível? 

       O fato é que o risco e repercussões da atual crise mundial são bem maiores do que se supõe ou do que querem alguns, em especial da área governamental. Não ficou na simples marola que alguém ironicamente previu e tomara que se achem mecanismos para contorná-la o quanto antes. Não estamos imunes e o povo precisa saber.

 

José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO
hildebertoaquino@yahoo.com.br
Visitem o Blog:  http://blogdoaquino.blogspot.com/


"Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem! Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um abmudo. "
(J. Hildeberto Jamacaru de AQUINO)

Hildeberto Aquino

Nascido em Crato (CE). Formação: Língua Portuguesa e pós-graduado em Gestão Escolar. Ex-funcionário do Banco do Brasil, 1972/1997, assumiu em Russas em 1982. Corretor de Imóveis. Articulista (crônicas e poesias). Meu lema: "Indigne-se por você e por todos contra as injustiças, quais forem. Clame, exija, exerça a sua cidadania e não seja mais um abmudo!" José HILDEBERTO Jamacaru de AQUINO

Hildeberto Aquino

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